Estado de Minas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem a ponta em eventual disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Palácio do Planalto. É o que aponta levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, ontem (7).
Foram construídos cinco cenários eleitorais com a presença de ambos. Em todos, o capitão reformado do Exército Brasileiro vence o petista.
Além de derrotar Lula, Bolsonaro também triunfaria contra Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado em 2018, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em eventual segundo turno (Veja mais informações abaixo).
Em disputa direta com o PT, em provável segundo turno, Bolsonaro tem 42,5% das intenções de voto, ante 39,8% de Lula, legalmente apto a participar da corrida. Há, ainda, 13,5% de potenciais votos brancos ou nulos e 4,2% de indecisos.
Em cenário ampliado, com a participação de figuras como o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o apresentador de televisão Luciano Huck e Ciro Gomes, as manifestações se dissipam. Bolsonaro continua na ponta, mas com 32,7%, enquanto Lula soma 29,3%.
Ciro, o terceiro colocado, aparece com 6,2%. Sem filiações partidárias por ora, Huck e Moro empatam em 5,8%.
Atrás deles, está João Doria, escolhido por 3,6% dos entrevistados. João Amoêdo, que representou o Novo no pleito de 2018, tem 2,6%. Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal, soma 1,4%.
Moro pode ser ‘fiel da balança’
O papel do ex-magistrado Sergio Moro pode ser primordial para os rumos da disputa. Em cenário sem a presença dele, as intenções de voto de Bolsonaro saltam para 34,1%, contra os 29,6% angariados por Lula.
A terceira posição continua com o pedetista Ciro, dessa vez com 6,5%. Ele é seguido por Huck (6,3%), Doria (4,6%), Amoêdo (2,9%) e Mandetta (2,4%).
Lula e Bolsonaro têm rejeição, mas Doria lidera
No que tange à avaliação negativa, a ponta fica com João Doria, visto que 52,4% dizem não votar nele para presidente sob nenhuma hipótese, enquanto 39,9% consideram apoiar sua candidatura.
Bolsonaro tem índice de rejeição ligeiramente menor: 48,1% descartam completamente a possibilidade de reelegê-lo. Apesar disso, 23,7% afirmam poder votar no atual presidente.
Chefe do poder Executivo do Brasil de 2003 a 2010, Lula é descartado por 47,1% dos entrevistados; outros 28,7%, porém, dizem que podem escolhê-lo nas urnas.
Sobre Ciro Gomes, 49,4% não cogitam votar no presidenciável do PDT. O apoio, no entanto, é possível para 42,1%.
PSDB: Tasso e Leite no radar
A conjuntura sofre alterações quando o nome de João Doria é substituído por Tasso Jereissati, que representa o Ceará no Senado Federal pelo PSDB. Bolsonaro aparece com 34,5%, contra 30,2% de Lula.
Huck, contudo, toma a terceira posição de Ciro e tem 7,9%, ante 6,8% do filiado ao PDT. Amoêdo aparece com 3,5%, enquanto as intenções de voto em Tasso equivalem a 1,8%.
Nesse cenário, o nome de Mandetta foi substituído pelo de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. Ele angariou 0,7%.
Os tucanos pontuam melhor quando Tasso Jereissati é trocado pelo governador gaúcho Eduardo Leite. Apesar disso, o PSDB continua na penúltima posição, com 3,2%, à frente do 0,5% obtido por Pacheco.
Se o escolhido for o governador gaúcho, o Paraná Pesquisas mantém a liderança de Bolsonaro, mas com 34,1%. Lula, por seu turno, tem 30%. Atrás, estão Huck (7,9%), Ciro (6,9%) e Amoêdo (3,4%).
Outros cenários
O levantamento contempla, ainda, disputas diretas. Em uma delas, Bolsonaro vence Ciro por 43,4% a 35,3%. A margem aumenta quando o confronto do presidente é contra João Doria: 42,6% a 31,3%.
O governador paulista também é derrotado se enfrentar apenas Lula: 41,5% a 23,9%. O petista vence Ciro, seu ex-ministro, mas por 38,6% a 28,1%.
No que tange ao percentual de eleitores convictos, a liderança é de Jair Bolsonaro: 26,7% garantem votar nele. Lula, o segundo, tem 22,3%. Sobre Ciro Gomes, apenas 3,6% asseguram escolhê-lo com certeza. Doria tem 1,5% de votos “garantidos”.
Metade desaprova governo Bolsonaro
Enquanto a corrida eleitoral não desponta no horizonte, Jair Bolsonaro precisa lidar com o alto índice de desaprovação de sua gestão: 52,1% desaprovam o governo, enquanto 43,8% aprovam. Quatro por cento não soube responder.
A administração bolsonarista é tida como péssima por 34,5% dos brasileiros. Avaliações regulares são 23,5%; boas, 18,1%. Para 14%, o governo é bom. Há, ainda, quem classifique a administração como ruim (8,6%).
A pesquisa
Para chegar aos números contidos no levantamento, o Paraná Pesquisas entrevistou de 2010 eleitores dos 26 estados e do Distrito Federal. Cento e noventa e oito municípios foram contemplados. As conversas ocorreram entre 30 de abril e 4 de maio.