O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou contra a ideia de seu indicado ao Ministério da Saúde, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), de exigir a certificação de médicos brasileiros formados. Em entrevista ontem (25), Bolsonaro foi enfático ao discordar do Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos).
“Ele (Mandetta) tá sugerindo o Revalida até com uma certa periodicidade. Eu sou contra, porque vai desaguar na mesma situação que acontece com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Nós não podemos formar jovens no Brasil, em cinco anos, no caso dos bacharéis de Direito, e depois submetê-los a serem advogados de luxo em escritórios de advocacia. Advogados de luxo não, boys de luxo de escritório de advocacia”, disse, após participar de um almoço na Escola de Educação Física do Exército, no bairro da Urca, na zona sul do Rio.
Em entrevista publicada no jornal O Globo deste domingo (25), Mandetta alegou que, “no mundo inteiro”, depois do término da escola, o médico volta em cinco anos para uma nova certificação. “No Brasil, não existe nada. Vale o seguinte: ‘Toma o diploma e vá ao mundo’”, declarou. Ele defendeu ainda que a ideia seja levada ao Congresso para debate.
Bolsonaro também afirmou que pretende, até o final do mês, definir os nomes para todos os ministérios. Ele disse que procura pessoas independentes, isentas, honestas e que pensem no Brasil, “e não em agremiações partidárias”. O presidente eleito informou que irá a Brasília na terça-feira (27), onde ficará até quarta-feira, em agenda ainda não definida. “A política não é matemática”, respondeu.
Bolsonaro pretendia ainda neste domingo ir ao jogo entre Vasco e Palmeiras, no estádio de São Januário, mas desistiu após sua equipe de segurança ser contra. “Por mim eu ia, mas todos que participam da minha segurança foram unânimes em eu não aparecer. Vou ver o jogo de casa, torcer pelo empate”, disse.