Ingrid Soares/Correio Braziliense
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (17/1) que, caso o projeto de lei que prevê a legalização dos jogos de azar seja aprovado pelo Congresso, vetará a medida. O chefe do Executivo disse que “há uma briga interna muito grande” em volta do assunto.
“Você tem que falar em números. No Parlamento, foi aprovado regime de urgência desse projeto, se eu não me engano, com 300 e poucos votos. É um sinalizador de que, se eu vetar aqui, como já falei que vetaria, o veto seria derrubado lá. Mas é uma briga interna muita grande por parte do Parlamento”, apontou durante entrevista à Rádio Viva FM de Vitória (ES).
Bolsonaro relatou que parlamentares já articulam uma eventual derrubada do veto presidencial e destacou que os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil.
“Já fui sondado por parte de algumas lideranças sobre como me comportaria se aprovado o projeto. Eu falei que vetaria. Eles se preparam, obviamente, depende da força de cada um dentro do Parlamento, que é um poder independente, para aprovar o projeto. Eles, ao que me consta, têm a convicção de que, após o veto, têm poder para derrubar o veto. A minha posição como chefe do Executivo é de que os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil”, completou.
“Mas é uma porteira que abre, porque a gente não sabe o que pode passar depois dela aberta. Nossa posição é apenas uma, tranquilamente. É veto ao projeto”, concluiu.
Bancada evangélica
No dia 14 de dezembro, a bancada evangélica se disse “terrivelmente contra” o PL e conseguiu adiar a análise do pedido de urgência apresentado na Câmara.
Lideranças religiosas foram à tribuna da Casa para criticar a matéria, que prevê a regulamentação de práticas como bingos, cassinos, caça-níqueis e jogo do bicho no país. O requerimento para que a matéria fosse analisada com celeridade pelo plenário da Câmara chegou a entrar na pauta da sessão de segunda-feira, mas foi retirado da ordem do dia pelo vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (PL-AM).
O deputado tomou a decisão após a bancada evangélica orientar seus membros a não registrarem presença no plenário, caso a análise do pedido fosse mantida, o que prejudicaria o quórum da sessão.