O presidente Jair Bolsonaro avaliou ontem (21) que é mais estratégico que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), abra mão de uma indicação como embaixador nos Estados Unidos e permaneça no Brasil para ajudar a pacificar o PSL.
Em rápida entrevista à imprensa, antes de sua participação na cerimônia de ascensão do novo imperador japonês, ele disse que não quer interferir na decisão do filho, mas ressaltou que é necessário “ver o que pode catar de caco” na disputa interna da sigla.
“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil”, disse. “No meu entender, [o mais estratégico] é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso. É igual um casal, chega um ponto de um problema que não tem mais retorno por parte de alguns”, disse.
O presidente disse que defendeu, em reunião no Palácio do Planalto, o nome do deputado federal Filipe Barros (PR) para a liderança do partido, mas que foi opinião vencida. Na avaliação dele, a tendência agora é de que o embate interno arrefeça.
Para evitar o agravamento da crise interna, o presidente disse que pediu ao seu filho e vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) que não entre em embate. Ele trocou farpas nas redes sociais, no final de semana, com Joice Hasselmann (SP).
“Todo mundo perde em qualquer alfinetada”, disse. “Em um relacionamento, toda ferida [mesmo] muito profunda cicatriza. Você não vê eu jogando lenha na fogueira, não vou entrar nessa briga de meu grupo contra o deles”, acrescentou.
Ele ressaltou que sempre sugere aos seus filhos que se acalmem, porque, de acordo com ele, é natural na política “um troca de pequenas farpas”. “Eu sugiro, pai é pai até morrer. Eu sugiro sempre acalmar”, disse. “Eu engoli sapo para caramba. E eu procuro passar isso a eles”, acrescentou.