Em despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem 26, o presidente Jair Bolsonaro nomeou oficialmente o diplomata Nestor Forster como seu indicado para ocupar o cargo de embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Forster, que ainda precisará ter seu nome aprovado pelo Senado, foi o único nome cogitado pelo presidente após a desistência de seu filho Eduardo Bolsonaro de participar do processo para exercer a função.
Forster já conduz a representação brasileira em Washington como encarregado de negócios desde abril passado, quando o então embaixador Sérgio Amaral retornou a São Paulo. Discípulo de Olavo de Carvalho, o guru ideológico do atual governo brasileiro, o diplomata foi cotado para assumir o Itamaraty quando Bolsonaro venceu as eleições em 2018, mas, como ainda não era ministro de primeira-classe (embaixador), a indicação recaiu a Ernesto Araújo, a quem Forster apresentou Carvalho.
A promoção de Forster à condição de embaixador ocorreu em junho, o que foi visto na época como uma etapa natural para que seu nome fosse logo oficializado ao cargo máximo da diplomacia brasileira nos Estados Unidos. Porém, na mesma época, o presidente passou a defender a nomeação de seu filho ao cargo, possibilidade que gerou grandes divergências entre diplomatas e políticos.
Para assumir definitivamente a embaixada, o indicado pelo governo deve ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e ter seu nome aprovado pelo plenário.
Em 22 de outubro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pôs fim a uma longa especulação a respeito de seu nome para o cargo de embaixador, quando disse no plenário da Câmara que ficaria no Brasil para “defender os princípios conservadores” e concentrar esforços para conter o racha de seu partido. Dias depois, Eduardo se tornou o novo líder do PSL na Casa, mas o movimento não impediu que semanas depois seu pai anunciasse a criação da Aliança pelo Brasil, um novo partido que pretende abrigar seus aliados.