Blog Magno Martins
O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar, ontem, sobre a aprovação do voto impresso. Em evento no Planalto, o chefe do Executivo afirmou que, caso o Congresso aprove a medida até outubro deste ano, as eleições de 2022 já contarão com o voto impresso e “auditável”. O presidente também repetiu que “só Deus o tira” da cadeira de presidente.
Bolsonaro participou nesta tarde de cerimônia para a assinatura do protocolo de intenções da Caixa para adesão ao programa Adote Um Parque do governo federal. Em sua fala, citou a pandemia da covid-19 e repetiu que o governo fez a sua parte no combate à crise sanitária.
“Essa pandemia realmente foi um castigo para o mundo todo. O governo fez o que pôde, os que não fizeram nada agora querem atrapalhar o governo. Acredito nas instituições, não temo absolutamente nada e deixo bem claro: só Deus me tira daqui”, disse o presidente. “Não queremos desafiar ninguém. Respeito os demais, mas vão nos respeitar. Nunca tiveram da minha parte uma só sugestão, proposta, palavra ou ato para censurar quem quer que seja. Somos um país livre”, declarou.
A declaração foi feita depois de um dia de repercussões do depoimento do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten na CPI da Covid no Senado. O ex-secretário ameaçado de prisão pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL) e acusado de mentir durante depoimento na CPI da Covid ao contradizer declarações dadas em entrevista à revista Veja.
O presidente disse ainda que o seu governo “também erra”, mas que esses erros “não têm efeito colateral”. No evento, Bolsonaro disse ainda que o seu governo “deixará saudades” ao enaltecer sua equipe de ministros. “Tenho certeza que é um governo que no futuro, não sei se em 22 ou 26, vai deixar saudades pelo perfil das pessoas que passaram por ele”, disse.
Sobre o voto impresso, o presidente afirmou que por meio da medida “não pairará qualquer sombra de dúvida na cabeça de qualquer cidadão brasileiro se o processo for conduzido com lisura ou não”. Em março de 2020, Bolsonaro afirmou que apresentaria provas sobre fraude nas eleições de 2018 – o que nunca fez. Na época, afirmou que teria vencido no primeiro turno do pleito.
“Se o parlamento brasileiro promulgar, teremos voto impresso em 22. Se vocês promulgarem até início de outubro desse ano, teremos voto impresso em 22″, disse. “Ninguém passará por cima da decisão do parlamento brasileiro. Chega de sermos atropelados. O respeito tem que existir entre todos”, afirmou.