Presidente nacional do PSL, Luciano Bivar foi à mesa com o governador Paulo Câmara, na quarta (23), no Palácio das Princesas em encontro institucional do gestor com os demais deputados da bancada federal. Os dois, no entanto, ficaram de se encontrar, em breve, para conversa mais reservada. O socialista avisou que telefonaria para Bivar na semana que vem. Luciano preside o partido do presidente Jair Bolsonaro, a quem Paulo Câmara solicitou audiência. Entre o governador e Bivar, no entanto, paira, hoje, um hiato provocado pela posição de socialistas, que atribuem à presença do PSL no bloco comandado por Rodrigo Maia o motivo para não apoiarem a candidatura do democrata à presidência da Câmara Federal.
Nas palavras do próprio Bivar, há, exatamente, um “desconforto”. Ele admite que o PSB pode até ser independente em relação ao governo, mas registra que a sigla “deixa desconfortável o governo, quando é contra o PSL”. Bivar desabafa: “Não entrar no bloco de Maia por conta do PSL eu não entendo”. O dirigente do PSL argumenta o seguinte: “É uma alegação que vai contra o que o presidente (Bolsonaro) fala. Ele não tem viés ideológico. Ele quer administrar o País sem viés ideológico. Se, para Pernambuco, determinadas coisas são melhores, que sejam feitas. Não vejo sentido de se impor viés ideológico”. Na sequência, pondera: “Ninguém quer que apoie o governo. O que a gente fica sentido é de o PSB não entrar no bloco porque o PSL está no bloco. É uma oposição sistemática e irracional”. Bivar foi apontado, ontem, por deputados como possível interlocutor de Pernambuco junto ao Planalto. Mas indaga: “É desconfortável para um interlocutor que vá fazer isso, não?”. (Renata Bezerra/Folha de Pernambuco)