O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que um acordo de delação não pode ser revisto depois de homologado pela Justiça. Ele se diz contrário à ideia de mudar os termos negociados pela Procuradoria-Geral da República com o grupo JBS, de Joesley Batista. O trato foi chancelado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, e já deu base à abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
Para Barroso, uma alteração no acordo impediria o Ministério Público de negociar novas colaborações judiciais. “Uma vez homologada, a delação deve prevalecer sem nenhum tipo de modificação futura”, afirma o ministro. “A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir.” O ministro diz que os investigados só aceitam delatar em troca de benefícios concretos, como a redução de pena ou até o perdão judicial.
Ele se abstém de comentar os termos negociados com executivos da JBS. “Não li o acordo, e portanto não tenho condições de opinar.”
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