Com o calor e consequente aumento na produção de suor, os casos de doenças de pele são mais frequentes, principalmente no público infantil. Dois fatores contribuem para esse cenário: a temperatura elevada e o excesso de umidade. As crianças transpiram mais, o que favorece o desenvolvimento de fungos e bactérias, por exemplo, facilitando o surgimento de dermatoses.
Em geral, a melhor forma de evitá-las é o uso de roupas leves e frescas, especialmente as peças feitas de algodão. O uso de protetores solar e a manutenção de uma boa higiene também são fundamentais.
Brotoeja
Os bebês são os que mais sofrem com as brotoejas, também conhecidas como miliária. A presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Silvia Assumpção Soutto Mayor, explica que isso acontece porque a glândula que produz suor e o expele, chamada de sudorípara, ainda não está completamente formada, dificultando sua eliminação de forma adequada.
“Em áreas de grande transpiração, como pescoço, barriga, braços e costas, podem ocorrer irritação e formação de micro bolinhas vermelhas; algumas delas podem ser semelhantes às bolinhas de água”, informa.
Para prevenir o quadro, são recomendados mais banhos diários, porém sem sabão, apenas água. Ou até mesmo acrescentar amido de milho, fazendo um mingau, despejado posteriormente na banheira. Ao ficar imersa nessa porção, a pele absorverá o suor, diminuindo o excesso consideravelmente.
O tratamento depende da apresentação clinica, sendo rara a utilização de medicamentos orais, pomadas e cremes.
Herpes labial
Causado pelo vírus Herpes Simplex, a exposição solar é um dos principais desencadeadores para seu desenvolvimento. De acordo com Mayor, pode aparecer em qualquer idade, mais comum na pré-adolescência e adolescência.
Em geral, o primeiro contato com o microorganismo é por meio de uma lesão dos pais ou de pessoas próximas. Pode se manifestar em uma primeira infecção mais agressiva, atingindo toda a mucosa oral, ainda na infância.
“A prevenção é evitar a exposição solar excessiva e usar protetor solar labial, além de bonés e chapéus”, orienta a dermatologista. Uma vez instalado o quadro de herpes, com bolinhas de água em cima de uma base vermelha, o médico indica o tratamento com antiviral, que impede a multiplicação do vírus, mediante avaliação clínica de cada caso.
Bicho geográfico
Geralmente acomete as plantas dos pés e é causado pela Larva Migrans, presente nas fezes de animais. Ao entrar na pele e caminhar, forma um trajeto avermelhado, ocasionando coceira significativa.
Pode surgir em qualquer idade, entretanto, os mais novos são os que mais sofrem. “Em geral, como a pele do bebê, da criança em fase pré-escolar e na primeira infância é mais fina, a penetração do parasita é mais rápida e os sintomas são mais abundantes”, esclarece a médica.
A principal prevenção é evitar contato com o solo contaminado, usando sempre calçados ao visitar áreas de acesso aos animais, como praias, praças e jardins. Pés, coxas, pernas e glúteos são regiões mais propensas à infecção. O tratamento é feito com vermífugos de via oral, prescritos pelo médico de acordo com o quadro apresentado.