Na gravação, o comandante informa a decisão de arremeter devido ao mau tempo. O Cessna 560 XL ainda estava em voando alto, na área de controle de São Paulo, quando o co-piloto da aeronave, Geraldo Cunha, fez o primeiro contato para perguntar sobre as condições climáticas para pouso. Na base, há apenas uma estação de rádio, operada por um militar, que adverte: “Atento a pássaros na cabeceira da pista”.
Dois minutos mais tarde, o co-piloto se confunde ao passar o prefixo do avião, mas ele confirma a arremetida. Nessa situação, segundo a carta que orienta o pouso na Base Aérea de Santos, os pilotos devem subir de volta para 4000 pés e recomeçar a tentativa. mas o áudio não deixa claro se isso aconteceu:
O militar, então, pergunta: “Está prosseguindo pro… nova tentativa de pouso?”. O piloto começa a responder: “Devido às condições, nós vamos su… é…”. Depois, completa: “Nós vamos aguardar e chamaremos novamente, ok?”. Em seguida, a base faz dez tentativas de contato, sem sucesso.
Pouco depois de arremeter, o jato caiu, matando as sete pessoas que estavam a bordo. Arremeter é quando o piloto desiste de pousar e dá uma volta para tentar de novo.
O “Fantástico” teve acesso à apólice de seguro do Cessna. A indenização em caso de acidentes seria de US$ 50 milhões, cerca de R$ 120 milhões, para as vítimas, incluindo os moradores da área onde o avião caiu. O documento estava em nome da empresa AF Andrade, que arrendou o avião em 2010, mas alega tê-lo transferido para dois empresários pernambucanos. Eles, porém, afirmam que a transação não havia sido concretizada até a data do acidente, dia 13 de agosto. (G1)