Iniciando o terceiro mês do seu segundo governo, Paulo Câmara ainda não conseguiu ternurar os aliados que tiveram seu espaço diminuído na gestão socialista do estado. Muitos deles acataram a decisão do governador, mas não ficaram nem um pouco satisfeitos com a postura adotada pelo chefe do executivo estadual.
A lista passa por deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e presidentes de partido. Todos eles têm alguma queixa a fazer sobre o governo do PSB, que por representar um projeto de doze anos caminhando para dezesseis, adotou uma postura de não estar nem aí para o que pensam os aliados que tiveram papel fundamental na apertada vitória de 2018.
Está se construindo uma tese no meio político de que é preciso dar um basta na hegemonia do PSB em Pernambuco e que aguentar calado tudo o que o governo faz é um sinal de fraqueza para quem recebeu votos e detém mandato eletivo. E estes atores políticos vislumbram 2020 como uma oportunidade ímpar para diminuir o poderio do PSB em Pernambuco.
Não se sabe se o troco dos partidos será na eleição do Recife, uma vez que o PSB priorizou apenas PT, PCdoB e PDT como estratégia de aliança, deixando outros partidos igualmente importantes ou até mesmo mais representativos em papel secundário, mas a grande chance deles, de acordo com um parlamentar em reserva, é que o PSB perca a prefeitura do Recife para realinhar as órbitas da política no estado, e os partidos, sem o espaço devido, só têm o caminho de lançar candidaturas próprias na capital para materializar o recado. (Edmar Lyra)