*Por Ricardo Andrade
As eleições em Pernambuco sempre foram bastante polarizadas, entre esquerda X direita, governo X oposição etc. O saudoso senador e ex-governador Carlos Wilson foi um dos que tentou emplacar uma terceira via, algo que nunca obteve êxito por aqui.
Temos um 2º turno inusitado desta vez, marcado pelo imponderável, em que mais uma vez se utiliza dos efeitos da comoção popular da forma mais abjeta e sem limites. A declaração de que não irá declarar seu voto coloca a candidata Raquel Lyra no papel de Diana do Pastoril, logo ela, que é filiada ao quase nanico PSDB, um partido conhecido por suas posições, bem em cima do muro.
O Pastoril é um folguedo do ciclo natalino, que anuncia o nascimento do menino Jesus, nenhuma coincidência com o esperado nascimento de mais uma Maria, no ventre de sua opositora, Marília Arraes, mas com a vinda de Lula ao Recife nesta sexta e seu declarado apoio à candidata do Solidariedade. Poderá estar nascendo uma nova etapa nessa campanha.
Lembrando que o pernambucano, historicamente, gosta de políticos que tem lado, postura ideológica definida, a exemplo de figuras nacionais, como os saudosos Miguel Arraes, Cristina Tavares, Marco Maciel, os irmãos Fernando e Germano Coelho, Egídio Ferreira Lima e Fernando Lyra. Essa estratégia, aliás, já deu errado, com um dos candidatos no 1º turno. Fiquemos atentos, é esperar pra ver. (Blog do Magno)
*Cientista Político e Historiador.