Tem muita gente querendo associar a eleição estadual de Pernambuco em 2014 com a disputa pela prefeitura do Recife, em 2012 ou com o pleito de 2006, que levou Eduardo Campos ao Palácio das Princesas.
Mas para quem acompanha a história do Estado há mais tempo vai ver mais semelhanças desta eleição (ou campanha) com a de 1986.
Naquele distante ano Miguel Arraes, um experiente político, com história, enfrentou um jovem inexperiente chamado José Múcio Monteiro. Bonito, ele pensou que ia ganhar a eleição com sorrisos e tocando violão. Levou uma surra daquelas e nunca mais se candidatou a um cargo majoritário.
Arraes deu lições a Zé Múcio, na eleição de 86.
Este ano temos de um lado um sessentão com experiência na vida e na política, com uma postura serena, madura, que chega a impressionar. Do outro lado um aprendiz, confiando na sua juventude e no apoio de prefeitos do interior para chegar ao cobiçado cargo de governador de Pernambuco.
Armando Monteiro, embora sem o apelo popular e o carisma do ex-governador, é o Arraes deste ano.
Paulo Câmara só falta começar a tocar violão para virar de vez o José Múcio de 2014. Até fisicamente os dois se parecem.