Por Arthur Cunha – Blog do Magno
O massacre como o que ocorreu em Suzano (SP), ontem, onde dois jovens mataram dez pessoas sem piedade, trouxe de volta ao debate nacional a questão do porte de arma de fogo. A tragédia fala por si só: é inadmissível que o Governo Federal (via decreto) ou o Congresso Nacional (via voto) permitam a flexibilização, a não ser em casos extremos. Não tem como defender essa bandeira, sendo você partidário do presidente Jair Bolsonaro ou não.
Nossa sociedade, nossos valores e nossas leis ainda são muito rudimentares para vivermos com tamanha liberação. Para além da questão técnica, ou de ideologia política, a saída continua sendo o diálogo, a conscientização e outros tipos de punição que não as que tenham como base a bala. Armas de fogo são para a Polícia, que é treinada para isso – quem sabe para os trabalhadores rurais, mas isso é uma questão que enseja outro debate.
Entrando na política, o massacre atinge ainda mais a já combalida popularidade do presidente e de seus filhos trapalhões, que defendem, inclusive por decreto, a flexibilização do porte. Se Bolsonaro queria um argumento para abandonar de vez esse debate, agora ele já tem.
Esse cenário piora quando pipocam as notícias da relação da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. E o que poderia piorar, piorou. Não podemos fazer ilação, é claro. Mas o fato dos executores da ex-vereadora Marielle Franco, morta junto com seu motorista Anderson, morarem no mesmo condomínio onde o presidente tem casa é mais um complicador. A hora, agora, é de desarmar pessoas e discursos. Façamos esse debate.