Apesar de ter havido o adiamento do anúncio daquele que virá a representar o campo oposicionista para enfrentar Paulo Câmara, o que se comenta nos bastidores é que Armando Monteiro ficou novamente com a incumbência de ser o adversário de Paulo Câmara nas eleições de outubro. Além de aparecer bem posicionado nas pesquisas, Armando detém uma rejeição considerada baixa e poderá construir uma narrativa de que Paulo Câmara já teve a chance dele e que está na hora de Pernambuco experimentar um novo projeto amparado na liderança nacional de Armando e na sua credibilidade perante o meio político e a sociedade.
Está pesando a favor de Armando ser o candidato também essa situação de criminalização da política. Mesmo tendo sido deputado federal, ministro e senador, participando ativamente dos últimos vinte anos da política estadual e nacional, Armando Monteiro pode orgulhar-se de dizer que nunca esteve envolvido em escândalo de corrupção, e se a premissa da honestidade que está sendo exigida pela sociedade for verdadeira até a eleição, o senador estará preenchendo tranquilamente este requisito.
Existem dois fatores que consolidam o nome de Armando, o primeiro é que ele não foi ministro de Temer e naturalmente não receberia o desgaste do presidente, e o segundo foi a indefinição do MDB que praticamente inviabilizou o também senador Fernando Bezerra Coelho como candidato a governador.
Por fim, o fato de liderar um amplo grupo de prefeitos e deputados, o senador Armando Monteiro ganhou mais força para ser o candidato, pois conta com Mario Ricardo (Igarassu), Celia Sales (Ipojuca), Raimundo Pimentel (Araripina), Demóstenes Meira (Camaragibe), Helio dos Terrenos (Belo Jardim), Bruno Pereira (São Lourenço da Mata) e Izaias Regis (Garanhuns), que juntos poderão fazer a diferença em suas respectivas regiões, uma vez que são cidades relevantes no sentido de eleitorado e de pessoas que podem se engajar no projeto liderado por Armando Monteiro.
Caberá ao grupo oposicionista definir as outras duas vagas da majoritária, pois há uma inclinação de que o ex-ministro Mendonça Filho deverá disputar a primeira vaga do Senado, restando a segunda e a vice-governadoria, que poderão ser ocupadas por integrantes da Frente Popular preteridos por Paulo Câmara na composição da majoritária do PSB. (por Edmar Lyra)