Com uma trajetória política relativamente curta, apenas 20 anos, o senador Armando Monteiro iniciou a vida pública como deputado federal em 1998 quando foi eleito para o primeiro mandato. Foi reeleito para mais dois mandatos, quando em 2010 após ter sido o deputado federal mais votado de Pernambuco no pleito anterior, foi eleito senador da República, novamente como o mais votado do pleito.
Esta é a terceira vez que Armando pretende disputar o governo, em 2006 acabou desistindo para apoiar Humberto Costa, e em 2014 foi derrotado por Paulo Câmara após iniciar a disputa com quase quarenta pontos de vantagem sobre seu adversário. Naquela ocasião, dentre outros fatores, a queda de um avião impactou diretamente no processo eleitoral e na vitória do atual governador, tendo Armando que adiar o sonho de governar Pernambuco por mais quatro anos.
Nestes três anos e sete meses do governo Paulo Câmara, muita coisa mudou na vida de Armando. Era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Dilma Rousseff quando foi surpreendido pelo impeachment de Dilma. No Senado, se posicionou de forma contrária ao processo que cassou a ex-presidente, de quem foi auxiliar, diferentemente do partido do seu adversário que em Pernambuco deu votos para a retirada de Dilma, com a orientação expressa do governador Paulo Câmara.
Armando ao longo de 2017 se afastou gradativamente do PT, e aproximou-se de partidos que foram empurrados para a oposição pelo próprio governador Paulo Câmara. Em nenhum momento Armando colocou o seu desejo de ser governador a frente do conjunto de forças que estava sendo construído. A escolha do senador se deu de forma harmônica e respeitosa entre seus pares da coligação Pernambuco Vai Mudar.
Hoje ele será oficializado como candidato a governador de uma frente política composta por pelo menos doze partidos, podendo ter seu número ampliado, tendo Fred Ferreira como seu vice-governador e Bruno Araújo e Mendonça Filho no Senado. Aos 66 anos, Armando é administrador de empresas e advogado, é reconhecido como um dos senadores mais importantes do Brasil e se preparou a vida inteira para este momento que está vivendo.
Não será tarefa fácil derrotar o PSB, mas é evidente que os últimos acontecimentos envolvendo a retirada de Marília Arraes do páreo, as chances de Armando aumentaram, uma vez que ele tem agora todas as condições de canalizar o sentimento de mudança que estava se imprimindo naquele eleitorado que sinalizava por Marília Arraes. Com a eleição plebiscitária que se viabilizou pela retirada de Marília, Armando tornou-se um candidato muito mais competitivo do que era antes da decisão do PT de abdicar da candidatura própria. (Por Edmar Lyra)