Historicamente as eleições para governador de Pernambuco foram resolvidas no primeiro turno, com uma única exceção que foi a eleição de 2006 que levou Eduardo Campos ao Palácio do Campo das Princesas. Naquela ocasião, a terceira via se consolidou a ponto de chegar ao segundo lugar que foi o próprio Eduardo. Humberto Costa mesmo ficando de fora do segundo turno ele atingiu 25,14% dos votos válidos contra 33,81% de Eduardo Campos, e 39,32% de Mendonça Filho. As candidaturas nanicas ficaram, juntas, com apenas 1,73% dos votos válidos.
Nas demais eleições, as candidaturas nanicas nunca passaram de 13%, que foi o melhor resultado em 1994 quando Cid Sampaio atingiu 7,27% dos votos válidos e os demais pouco mais de 5%. Para a eleição deste ano, temos sete candidaturas colocadas, duas principais, Paulo Câmara e Armando Monteiro, duas intermediárias, Julio Lossio e Maurício Rands, e três pequenas, Simone Fontana, Dani Portela e Ana Patrícia Alves, que teve seu registro negado.
No levantamento do Ibope, Paulo Câmara apareceu com 33% das intenções de voto, contra 25% de Armando Monteiro, 2% de Julio Lossio, 2% de Maurício Rands e 1% de cada candidata colocada, Dani Portela, Ana Patrícia e Simone Fontana. Quando transformados em válidos, Paulo Câmara teria 50,77% contra 38,46% de Armando Monteiro, 3,07% de Maurício Rands, 3,07% de Julio Lossio e 4,61% das três candidatas nanicas.
Historicamente as candidaturas do PSOL, PSTU e PCO, dificilmente passam de 2% dos votos válidos juntas, no Ibope elas chegam a quase 5%, o que é algo quase impossível eleitoralmente de ocorrer e aumenta a tese de vitória no primeiro turno do atual governador. O segredo de Armando Monteiro chegar a um segundo turno está nas candidaturas de Lossio e Rands, que até agora não conseguiram mostrar uma competitvidade maior.
Para evitar que a fatura seja liquidada no dia 7, Armando Monteiro precisa que os nanicos mantenham mesmo esses números das pesquisas na urna, que Rands e Lossio pelo menos dobrem seus votos válidos nos próximos 15 dias, e que cresçam entre os indecisos e em cima do eleitor de Paulo Câmara, porque se eles continuarem com este percentual que estão apresentando nas pesquisas, é praticamente impossível que haja o segundo turno.
Estratégia – A cada pesquisa divulgada fica latente o erro da oposição de ter lançado apenas uma candidatura. Se houvesse uma segunda candidatura competitiva no grupo Pernambuco vai mudar, as chances de um segundo turno entre Paulo Câmara e Armando Monteiro estariam praticamente consolidadas. (Edmar Lyra)