Adversário do governador Paulo Câmara em 2014 e 2018, o ex-senador Armando Monteiro é considerado um dos principais expoentes da oposição em Pernambuco. Sempre muito sereno e ponderado, o líder petebista faz um prognóstico positivo sobre as chances da oposição em 2020 recorrendo ao histórico do Recife de ser “rebelde” com as estruturas de poder constituídas.
Ele lembra que em 1994 quando Miguel Arraes elegeu-se pela terceira vez governador de Pernambuco, a capital pernambucana deu vitória a Gustavo Krause naquela ocasião, que foi o adversário de Arraes. Em 2000, Roberto Magalhães era um prefeito bem-avaliado e acabou derrotado por João Paulo numa eleição atípica.
A própria eleição de 2018 para o governo de Pernambuco a capital pernambucana mandou o seu recado ao dar a Mendonça Filho a condição de mais votado para o Senado e se dependesse do Recife haveria um segundo turno entre Armando Monteiro e Paulo Câmara. Armando reconhece as postulações de Daniel Coelho e Mendonça Filho como legítimas e representativas e aposta que ambos teriam condições de liderar um processo político da oposição. Ele ainda sublinha mais dois quadros do conjunto de forças oposicionistas, que são os deputados André Ferreira e Silvio Costa Filho, igualmente credenciados para o pleito.
Outro fator que Armando lembra é o de a oposição ter dez partidos, isso é um capital político representativo que poderá beneficiar um projeto oposicionista em 2020 para enfrentar o PSB, que tem dezesseis anos no governo de Pernambuco e já passou oito na prefeitura do Recife. (Edmar Lyra)