Magno Martins
Em entrevista a este blogueiro, há pouco, em Brasília, o senador Armando Monteiro (PTB) disse que sua posição favorável as reformas no País não poder ser usada como pretexto pelo PT de Pernambuco para excluir uma aliança e optar por candidatura própria a governador e não sua candidatura. “Se a reforma trabalhista provar com o tempo que tira direito dos trabalhadores, não tenho nenhum problema em fazer um mea culpa”, afirmou. Armando disse que, independente da posição do PT de Pernambuco, não se distanciará do ex-presidente Lula. Abaixo sua entrevista:
A executiva estadual do PT anunciou que vai ter candidato próprio a governador em Pernambuco e, entre as alegações, disse que não faria uma nova aliança com o senhor, por causa da sua posição em favor da reforma trabalhista. Isso é pretexto?
Eu acho que é, na medida em que essa avaliação desvaloriza o próprio PT, ou seja, o PT decide segundo os interesses do partido e o partido não estava condenado a fazer uma aliança comigo. Pelo contrário, o PT é um partido cônscio do que representa da sua própria força. Eu disse a você, Magno, em uma entrevista, e vou repetir: houve momentos em que o PT priorizava uma política de alianças. Pode ser que agora essa não seja a melhor opção para o PT. Eu fiz alianças nesse campo, no campo de esquerda, muito consciente ao longo da minha vida pública porque convergia para projetos em que eu achava que se aliava alguma compreensão adequada do quadro econômico, aliada a sensibilidade e ao compromisso social desses setores.
Ficou sem sentido renovar a aliança?
Veja, eu fiz aliança com o PT inspirado na posição de Lula. Qual foi a posição de Lula? Ele foi buscar um grande empresário, Zé de Alencar, para construir uma aliança para dizer a sociedade que o nosso projeto iria além da visão classista, da visão sectária e foi por isso que Lula foi muito bem-sucedido. Então, Armando fez aliança com o Lula da carta aos brasileiros, com o Lula parceiro de Zé de Alencar, com o Lula que fez uma gestão macroeconômica muito responsável nos seus mandatos. Foi nesse contexto que eu fiz alianças.
E com Eduardo Campos também, não foi?
Eu fiz alianças com Eduardo Campos também, circunstancialmente, quando Eduardo passou a fazer um discurso que priorizava o conceito de gestão fiscal responsável, quando Eduardo entendeu que tinha que construir um modelo de gestão pública nova em Pernambuco. Eu sempre fiz alianças admitindo que não sou igual a essas forças, porque você não faz uma aliança entre iguais. Portanto, essa minha posição em relação ao tema da Reforma Trabalhista não poderia ter surpreendido ninguém do PT, porque corresponde ao discurso que eu sempre fiz na minha vida e fiz quando estava no governo da presidente Dilma e quando estava, por exemplo, dialogando permanentemente com o Governo do presidente Lula.
Continua…