Que o projeto Cidade da Copa que englobava a Arena Pernambuco foi um desperdício de dinheiro público é indiscutível, pois o estado tinha outras demandas a serem resolvidas e não deveria gastar dinheiro com coisas supérfluas. Porém, o governo apostou num cenário de céu de brigadeiro para viabilizar o empreendimento, que no papel seria revolucionário, mas o tempo mostrou que a construção da Arena foi um dos erros mais crassos que poderiam ter cometido.
Passados cinco anos da sua inauguração e depois da quebra de contrato do governo de Pernambuco com o consórcio liderado pela Odebrecht, a Arena Pernambuco tornou-se um elefante branco, que a cada ano consome dinheiro do contribuinte e não há perspectiva de mudança de panorama.
Com o fim de 2018, a Arena deixa somente neste ano um déficit de R$ 7 milhões, cuja quantia será paga pelo contribuinte pernambucano, e para 2019 o cenário é ainda mais desolador, uma vez que o Náutico que mandou seus jogos até recentemente no equipamento, voltará para o seu estádio no ano que vem, os outros dois clubes, Santa Cruz e Sport, não possuem nenhum interesse em mandar seus jogos no estádio, que é um desastre do ponto de vista do acesso.
Como não há interesse nos clubes em jogar na Arena do Fim do Mundo, uma vez que o governo não fez a sua parte de executar obras de mobilidade urbana, ela será ainda mais problemática para o governo, que terá que encontrar uma saída para não continuar desperdiçando dinheiro público no empreendimento, que já está com problemas sérios de manutenção.
Talvez o caminho seja a venda da Arena para a iniciativa privada, mas é pouco provável que algum investidor queira rasgar dinheiro como o governo fez quando construiu aquele verdadeiro elefante branco que tornou-se o principal monumento de desperdício de dinheiro público dos pernambucanos. (Edmar Lyra)