Nas eleições de 2012 a confusão envolvendo o PT fez com que Eduardo Campos tirasse Geraldo Julio do colete e o lançasse para disputar a prefeitura do Recife. A ruptura com o PT permitiu que o MDB, distanciado de Eduardo Campos e Miguel Arraes desde 1992, passasse a integrar a Frente Popular, numa reconciliação entre Jarbas e Eduardo.
A aliança entre MDB e PSB foi mantida por mais três eleições, 2014, 2016 e 2018, esta última com a reaproximação do PT com a Frente Popular permitindo uma inédita e até então impensável chapa com Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa disputando o Senado.
Apesar de ter sido colocado no constrangimento de ser mantido numa chapa com um dos seus maiores críticos, Jarbas aceitou as circunstâncias da disputa sem criar qualquer tipo de aresta, porém tem percebido que o PSB vem priorizando a aliança com o PT para 2020, o que pode afastar o MDB da Frente Popular.
Nas coxias da base de sustentação do governador, há um sentimento claro de que Jarbas e o PSB não falam a mesma língua, o que pode abrir caminho para que o MDB tenha uma candidatura própria a prefeito do Recife, cujo nome tende a ser deputado federal Raul Henry. Em se confirmando o afastamento de Jarbas da Frente Popular, teríamos, assim como em 1992, 1998 e 2012, um novo capítulo sobre a relação entre Jarbas e o PSB, com desdobramentos significativos tanto para 2020 quanto para 2022. (Edmar Lyra)