Após a direção nacional do PT pedir a abertura de um processo disciplinar, que pode ter como desfecho inclusive a sua expulsão do partido, o ex-secretário de Saneamento da Prefeitura do Recife, Oscar Barreto pediu afastamento do diretório nacional petista e da chapa nacional do partido da qual faz parte. O comunicado de saída da Democracia Socialista foi destinado à deputada federal Gleisi Hoffman, presidente nacional da legenda. Nele, Oscar diz nunca ter visto “tempos tão obscuros no Partido, uma inversão de valores”, e afirma ainda que se afasta da chapa “para que possa ter opiniões e responder por elas”.
O processo disciplinar ao qual Oscar responderá usa a como justificativa a postura do tesoureiro do PT em relação à candidatura de Marília Arraes à PCR. “É público e notório que Oscar Barreto desrespeitou e sabotou a decisão adotada pelo Diretório Nacional, referente a tática na eleição de Recife”, afirma um trecho da petição da Direção Nacional à Executiva petista. A petição utiliza declarações dadas por Oscar, entre elas a de que a candidatura de Marília “veio de São Paulo para Recife”, e afirma que ao agir dessa forma, Oscar teria cometido infrações éticas e disciplinares”.
À Folha, Oscar disse que está “muito tranquilo sobre a abertura do processo e destacou que a petição atende aos interesses do “grupo de Marília”. “Por dignidade à minha chapa eu vou fazer minha defesa e pedir afastamento. Eu sou responsável pelas minhas opiniões, não me intimido com nenhum tipo de bravata”, pontuou. “Tenho minhas opiniões. Há uma situação muito obscura. O obscurantismo na política tá no PT também, o tipo de debate que faz, a forma como faz com muito sectarismo, só destrói”. Oscar disse que apenas emitiu opinião. “Nunca vi no PT uma abertura de processo por emitir opinião”.