Responsável pela área econômica do governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes desistiu de ir à CCJ na semana passada porque, na ocasião, estava incomodado com o adiamento da indicação do relator da proposta na comissão. A decisão do ministro gerou críticas por parte de deputados da oposição e até mesmo de integrantes da base aliada.
Para evitar uma convocação do titular da Economia, os deputados fecharam um acordo no qual Paulo Guedes se comprometeu a ir nesta quarta-feira à Câmara para falar sobre as propostas de mudanças nas regras previdenciárias.
Em contrapartida, o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), se comprometeu a indicar rapidamente o relator. Dois dias depois, o deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) foi anunciado para a relatoria da Proposta de Emenda à Constituição da Previdência.
Com o acordo, a CCJ voltou a apresentar um convite ao ministro participar de audiência no colegiado, e não uma convocação, que o obrigaria a comparecer.
A decisão de Paulo Guedes de não ir à CCJ na terça-feira da semana passada ocorreu em meio a uma crise política entre Legislativo e Executivo, no qual Bolsonaro trocou farpas publicamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O acirramento da relação entre os dois chefes de poderes assustou os mercados, fazendo o dólar disparar e a bolsa de valores cair.
Diante do apelo de aliados, Bolsonaro e Maia deflagraram uma trégua na última quinta (28), quando o presidente da República anunciou que a crise com o deputado do DEM era “página virada”. (G1)