No dia 18 de março, ou seja, há 40 dias, o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, anunciaram a criação de mil leitos exclusivos para o atendimento aos casos da Covid-19, sendo 400 leitos de UTI e 600 de enfermaria. A marca prometida foi atingida nesta segunda-feira (27), quando um total de 1.067 leitos estão em funcionamento, sendo 418 de terapia intensiva e 649 de enfermaria, espalhados por todas as regiões do estado. Em média, 10 novas vagas de UTI estão sendo abertas diariamente em Pernambuco.
Com taxa de ocupação dos leitos acima de 90% diariamente, o secretário estadual de Saúde, André Longo, enfatizou que a população precisa continuar cumprindo as medidas de distanciamento social para o sistema de saúde não entrar em colapso. “Estávamos um passo à frente da doença e ela nos alcançou. Temos nos esforçado para abrir novas vagas diariamente, mas não há sistema no mundo que suporte caso as pessoas adoençam ao mesmo tempo”, afirmou.
Nesta segunda, por exemplo, o estado só tinha vagas nos hospitais de Referência Covid-19 Unidade Boa Viagem (antigo Alpha); Agamenon Magalhães e São Marcos, todos no Recife, e no Neurocardio, em Petrolina. “É um cenário muito dinâmico, que muda a cada hora e, às vezes, em menos tempo. O nosso trabalho na gestão é aumentar os leitos, mas precisamos também que a população fique em casa”, reforçou.
Pela gestão estadual, foram colocados em funcionamento 348 leitos de UTI, distribuídos entre o Hospital de Referência Covid-19 – Boa Viagem (38); Hospital de Referência Covid-19 – Olinda; Hospital Universitário Oswaldo Cruz (43); Hospital Agamenon Magalhães (40); Hospital Correia Picanço (5); Hospital Otávio de Freitas (20); Hospital Dom Helder Câmara – Cabo de Santo Agostinho (16); Hospital Mestre Vitalino – Caruaru (27); Imip (35); Hospital Regional de Palmares (5); Procape (8); Hospital Tricentenário (10); Hospital das Clínicas/UFPE (6); Hospital Armindo Moura – Moreno (10); Cesac Paulista (14); Cesac Prado (7); Hospital São Marcos (10); Hospital Santa Joana (5); Hospital Português (10); e Neurocardio – Petrolina (5).
Já os 384 leitos de enfermarias disponibilizados pelo estado estão distribuídos entre o Hospital de Referência Covid-19 – Boa Viagem (55); Hospital de Referência Covid-19 – Olinda (20); Hospital Universitário Oswaldo Cruz (131); Hospital Dom Helder Câmara – Cabo de Santo Agostinho (16); Hospital Mestre Vitalino – Caruaru (25); Imip (23); Hospital Regional de Palmares (15); Hospital Armindo Moura – Moreno (10); Cesac Paulista (5); Cesac Prado (10); Hospital Inácio de Sá – Salgueiro (9); Hospam – Serra Talhada (13); Hospital Dom Moura – Garanhuns (10); Hospital Emília Câmara – Afogados da Ingazeira (4); Hospital Rui de Barros Correia (08); Hospital Dom Malan – Petrolina (10); UPAE Garanhuns (10); e UPAE Petrolina (10).
“O dinamismo da doença fez com que novas necessidades surgissem, e o nosso compromisso é ampliar ainda mais esses leitos para atender às necessidades da população pernambucana, não apenas da capital mas também do interior”, afirmou o secretário estadual de Saúde, André Longo. Para esta semana, ele estima que mais 80 leitos serão abertos sob gestão estadual.
Máscaras
Também nesta segunda-feira (27), entrou em vigor o decreto estadual que orienta o uso de máscaras, de preferência artesanais, para aqueles que precisam sair de casa, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Já os órgãos públicos e os estabelecimentos privados que estejam autorizados a funcionar de forma presencial também terão que exigir dos seus funcionários e colaboradores que façam o uso de máscaras. O item de proteção deverá ser fornecido pelas próprias instituições e empresas.
André Longo ressaltou que as máscaras hospitalares (cirúrgicas e N95) devem ser usadas apenas pelos profissionais de saúde. O secretário também lembrou a importância do uso correto e da higienização das máscaras artesanais. O governo do estado está preparando um vídeo para as mídias sociais com essas orientações.
“O uso da máscara não torna ninguém imune ao vírus. Mesmo com a máscara, só saia de casa se for extremamente essencial e inadiável. Este momento é decisivo para o nosso sistema de saúde. Estamos nos esforçando ao limite para dotar a rede pública da estrutura para combater os efeitos do coronavírus. Mas se as pessoas não se isolam socialmente, nenhum sistema de saúde do mundo vai conseguir suportar a grande demanda de doentes graves”, disse o secretário.