O anúncio ocorrido ontem de que o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, e os demais integrantes do Grupo Ferreira, apoiariam a pré-candidatura de Armando Monteiro após um rompimento com o governador Paulo Câmara, deu ao projeto oposicionista liderado por Armando e Mendonça Filho uma nova situação política e eleitoral.
O petebista ganhou o reforço de um grupo que vem crescendo a cada eleição e que chegou ao ano de 2018 com a força de governar a segunda maior cidade do estado. O anúncio, eivado de críticas ao PSB, foi importante para dar ao meio político o sentimento de que Armando está no jogo para fazer frente ao poderio do PSB, que venceu as três últimas eleições para governador de Pernambuco.
O movimento dos Ferreiras além de levar votos e prestígio político a Armando Monteiro, abriu a porteira para dois partidos medianos que terão um simbolismo muito forte caso se concretize a aliança. O primeiro é o Solidariedade, que em 2014 optou por Paulo Câmara mas recentemente foi empurrado pelo próprio governador para a oposição, quando lhe foi exigida a secretaria de Habitação de volta para dar ao MDB, que sequer está garantido na coligação do governador devido o imbróglio jurídico envolvendo o partido. O Solidariedade deverá oficializar em breve a entrada no palanque oposicionista.
O segundo partido é o PROS, comandado pelo deputado federal João Fernando Coutinho, que saiu este ano do PSB após anos de militância no partido. Há informações de que o apoio já está sacramentado e que o anúncio deverá ocorrer em breve, tão logo seja oficializada a entrada do Solidariedade na coligação. Ambos deverão garantir, junto com o PSC, uma chapa de federal muito mais atrativa, que poderá eleger até 10 parlamentares com votação bem abaixo do chapão liderado pelo PSB, pois estarão entrando pelo menos 600 mil votos que estariam no chapão do PSB.
Estes movimentos deram a Armando Monteiro um ânimo que poderá conquistar apoios mais expressivos na sociedade no decorrer da campanha que poderão ajudar a igualar o jogo e a depender das circunstâncias eleitorais, determinar até mesmo a vitória da oposição em outubro. Se havia um certo favoritismo do governador Paulo Câmara na disputa, as prováveis três defecções partidárias deram uma condição de jogo mais apertado. E se há algum culpado por esta perda, este alguém é o próprio Palácio que foi fundamental para empurrar todos os atores que hoje estão com Armando Monteiro mas que em 2014 estavam com o atual governador. (Por Edmar Lyra)