Por Agência O Globo – Faltando seis dias para a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do petista em diversos locais do país fazem os últimos preparativos para chegar a Brasília a tempo da cerimônia em 1º de janeiro.
Até a semana passada, o PT contabilizava 750 caravanas para a posse, a maior parte delas saindo do Centro Oeste e do Sudeste. Com distâncias maiores ou menores, o trajeto deve ser percorrido por grupos em aviões, carros e ônibus, incluindo caronas.
O publicitário Álvaro da Rocha Veríssimo, de 27 anos, que vai para Brasília acompanhado da mãe, Marlene da Rocha, de 64 anos, diz que pretende oferecer outras duas vagas no carro para “caroneiros”. Eles vão sair de Santa Catarina, com duas paradas para visitar familiares em Curitiba e em São Paulo, em um percurso que deve ultrapassar 1,5 mil quilômetros.
— A ideia é encontrar em aplicativos companheiros de viagem que nos ajudem na divisão da gasolina — afirmou Álvaro, que critica o governo Bolsonaro por descaso durante as fases mais agudas da pandemia da Covid-19.
O comerciante Deivison Araújo, de 33 anos, morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é outro que tenta arregimentar companhias de última hora para ir de carro. Seu plano é dividir o aluguel de um automóvel com outras três pessoas.
— A solução que encontrei foi reunir algumas pessoas para “rachar” a viagem.
De Petrópolis (RJ), uma caravana formada pela internet com mais de 30 inscritos, que se dispuseram a fretar um ônibus, partirá rumo a Brasília na véspera da posse, no dia 31. A ideia deste grupo, segundo a organizadora Monica Campos, é percorrer os cerca de 1,1 mil quilômetros sem interrupções, exceto para festejar a virada do ano.
— À meia-noite, vamos parar na estrada, onde estivermos, e soltar fogos. A ceia será um brinde com champanhe e pão com mortadela — brinca Monica, com uma referência bem-humorada ao lanche que passou a ser associado, por vezes em tom de crítica, a manifestações de esquerda.
O grupo terá veteranas em posses. É o caso da pedagoga Eliana Rocha Oliveira, que esteve em Brasília em 2007, na reeleição de Lula, e em 2011, quando o então presidente passou a faixa presidencial para Dilma Rousseff.
— Para o Lula, (a posse deste ano) é a volta por cima de toda a perseguição judicial que ele sofreu — afirma Eliana, referindo-se à prisão do petista pela Lava-Jato após o fim de seu segundo mandato.
Segundo a coordenação da posse, haverá estruturas de apoio para as caravanas na Granja do Torto e escolas públicas, onde os viajantes poderão instalar colchões e tomar banho. Haverá ao longo do dia apresentações de artistas, como Pabllo Vittar, Martinho da Vila e Valesca Popozuda, com início previsto às 12h. O cronograma da posse, que inclui o cortejo presidencial e a transmissão da faixa, começará por volta das 14h.