Por Marcelo Copelli
Nos últimos anos, o país assistiu a instauração de um forte cenário de polarização acirrando firmemente os ânimos e provocando rompimentos nos mais diversos tipos de relações a partir da diferença de opiniões políticas. E o clima de adversidade sinaliza que deverá novamente se estender e subir o tom dos ânimos em um novo período eleitoral.
Ganhando grandes proporções desde a gestão do ex-presidente derrotado nas urnas de 2022, o radicalismo entre posições marcou a divisão por ideologias, arrastando-se para as mais diversas áreas de convivência da sociedade. Contingentes esparsos, que ocultavam até então um discurso golpista e indicativos de preconceito nos mais diversos níveis, ganharam força e espaço de fala, reflexo das atitudes do ex-mandatário do Executivo.
DOUTRINAS – A crítica social já não os intimidava. O discurso político atrelou-se a doutrinas, tendo como braço forte a desinformação e a propagação de falsas ideias e ameaças que nunca se concretizaram, passando a levantar-se uma grande muralha invisível entre o imaginário “nós e eles”.
O espaço das ideias foi inundado por falácias conservadoras e os debates com temas secundários, deixando as verdadeiras demandas para o segundo plano. Enquanto isso, as mazelas continuaram sem solução, enquanto a população buscava alternativas para sobreviver diante da falta do básico.
Com a derrota nas urnas, o país começou a se reestruturar na tentativa de recompor-se dos quatro anos de inércia e inatividade política, econômica e social. Agora, em 2024, porém, os ataques por ambos os lados, esquerda e direita, buscando novamente na polarização a base para os seus palanques, voltam à tona. Mas, que tenha servido de lição que entre lutas e disputas, no fim, a classe política sempre se ajeita. Já a população tem que arcar com as consequências de suas escolhas e compreender os reflexos causados ao longo do tempo.