Alianças artificiais nem sempre são bem sucedidas…

Alianças políticas artificiais nem sempre são bem sucedidas e Pernambuco registra alguns exemplos. Peguemos um de Serra Talhada na eleição municipal de 2012. Fez-se uma aliança artificial entre os deputados Inocêncio Oliveira e Augusto César, adversários históricos no município, para tentar eleger o deputado Sebastião Oliveira à prefeitura. O ajuntamento resultou num grande fiasco. O candidato do PT, Luciano Duque, denunciou a artificialidade da aliança e ganhou a eleição. Em 2016 tivemos um caso semelhante no município de Ipojuca. Juntaram-se o então prefeito Carlos Santana e seu histórico adversário Pedro Serafim Filho para tentar derrotar o candidato da oposição, Romero Sales. O resultado foi outro fiasco. O povo não entendeu a aliança e elegeu o candidato contrário.

Em Pernambuco, para as eleições deste ano, discute-se uma aliança entre o PT e o PSB (rompidos desde 2012) para apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara. Os protagonistas da aliança são o próprio governador e o senador Humberto Costa. O presidente regional do PT, Bruno Ribeiro, diz que “a aliança está evoluindo”, sinalizando que ela já teria sido chancelada pela cúpula petista, que prefere aliar-se ao PSB a bancar a candidatura própria de Marília Arraes. O acordo pode até dar certo para os dois lados, mas o que ocorreu no Rio em 1998 ainda está vivo na cabeça de muitos petistas. Lula impediu que Vladimir Palmeira disputasse o governo estadual para apoiar Garotinho, em troca do apoio de Brizola a sua candidatura presidencial. Garotinho venceu, quatro meses depois o PT rompeu com ele. E nunca mais acertou o passo naquele Estado. (por Inaldo Sampaio)