Por Magno Martins / Folha de Pernambuco – Embora esvaziada, a Sudene continua sendo objeto de uma disputa surda em Brasília pelos políticos pernambucanos mais próximos ao presidente Lula. O senador Humberto Costa (PT) anda cabisbaixo porque seu apadrinhado para a autarquia, Diego Pessoa, assessor do Consórcio dos Governadores do Nordeste, ainda não foi nomeado, apesar das sinalizações de certeza do ministro de Articulação Política, Alexandre Padilha.
Primeiro nome cotado para o cargo, a ex-deputada federal Marília Arraes chegou a ser bancada pelo seu partido. Presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força pediu o cargo a Lula para a aliada, que disputou e perdeu, no segundo turno, as eleições para o Governo do Estado. Quando esteve no Recife, há dez dias, Lula chegou a alimentar esperanças de que Marilia seria chamada para uma conversa.
Lula adoeceu, teve que cancelar sua ida a China e Marília até agora espera um sinal do presidente para o encontro. Já o PSB quer encontrar um espaço que contemple o ex-deputado federal Danilo Cabral, que disputou o Governo do Estado e sequer chegou ao segundo turno. Para Danilo, segundo confessou um socialista, o cargo mais indicado seria a da Sudene.
O problema é que o PSB já está bastante contemplado no Governo. Tem dois ministérios – Portos e Aeroportos, e Indústria – além de ocupar cargos estratégicos, como o ex-deputado Tadeu Alencar, escolhido para a Secretaria Nacional de Segurança, e Milton Coelho, nomeado para a Secretaria Nacional na Micro e Pequena Empresa.
“Para complicar a vida de Marília e Danilo existe um problema: Humberto Costa ainda não foi contemplado com nenhum cargo de segundo escalão em Pernambuco”, disse um deputado da bancada federal do Estado, que tem acompanhado de perto as negociações para que se chegue a um final feliz em relação à novela mexicana em que se transformou a escolha do superintendente da Sudene na gestão Lula.