Entre aliados de Geraldo Alckmin (PSB) a avaliação foi de que ex-presidente Lula (PT) recaiu e voltou à sua base tradicional em suas recentes posições sobre o aborto e sob pressão em deputados. O próprio futuro vice-presidente, no entanto, ficou calado, apesar de já ter manifestado posições críticas sobre o aborto no passado. O gesto foi visto como um primeiro teste de lealdade ao PT.
Em debate, nessa terça-feira, 5, Lula disse que o aborto deveria ser “direito de todos”. “Aqui no Brasil, mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é proibido, aborto é ilegal”, disse ela, acrescentando que quem tem dinheiro pode fazer o procedimento no exterior.
Um dos interlocutores de Lula diz que os planos do partido não são rever a lei do aborto. A crítica do ex-presidente, contextualiza, seriam as tentativas de impedir abortos previstos em lei, como aconteceu com uma criança em Pernambuco. Na ocasião, funcionários do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos foram ao hospital para convencer a família do contrário.
Em 2006, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Alckmin disse ser “contra o aborto” e “a favor do planejamento familiar”. Na mesma campanha, no decorrer em um evento em Pernambuco, disse que não vê “o aborto como uma solução”, disse ele. “Já planejamos [na lei] casos de aborto por 3stupr0*, risco de mort3* para a mãe. (…) A solução é evitar a gravidez indesejada”, declarou.
Lula também defendeu em evento realizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), nesta segunda-feira (4), que a militância sindical procure deputados e seus familiares em suas casas pressionar a favor de propostas que interessem ao setor em um eventual governo petista, a partir de 2023.
“Se mapeamos o endereço de cada deputado e tinha 50 pessoas na casa, não é pra xingar, é pra falar com ele, sua mulher, seu filho, pra atrapalhar a tranquilidade dele, tem muito mais efeito do que demonstrar em Brasília” , ele disse. O discurso gerou uma forte reação no Congresso.
Informações da Folha de S. Paulo