Mais de 2 milhões de pessoas, de várias partes da Alemanha e de diferentes países, participaram ontem (9) da grande festa em homenagem aos 25 anos da queda do Muro de Berlim. As ruas que circundam o Portão de Brandemburgo, onde um grande palco foi montado para abrigar apresentações artísticas durante todo o dia, foram tomadas pela multidão, que aguardava com ansiedade o lançamento aos céus dos 8 mil balões que recriaram o trajeto do muro durante o fim de semana.
Pouco depois das 19h (16h da tarde em Brasília), com a presença do presidente Joachim Gauck, da chanceler alemã, Angela Merkel, e do ex-líder soviético, Mikhail Gorbachev, os pontos de luz ganharam os céus, relembrando a derrubada do muro e emocionando a multidão. Pessoas se apertavam em busca do melhor ângulo para registrar com suas câmeras o momento histórico. Alguns aplaudiam. Outros, se abraçavam. O alemão Uli Hochstadt, que em 9 de novembro de 1989 viu o Muro de Berlim ser derrubado pelo povo, não tinha palavras pra expressar o que sentia. “É um momento muito importante pra mim. Mal consigo falar, tamanha a emoção”, disse ele.
A festa, que começou cedo e avançou pela noite, contou com várias apresentações, entre elas a do cantor britânico Peter Gabriel, que encantou com uma versão da música Heroes, de David Bowie, acompanhado pela Ópera Estatal de Berlim. Um minuto de silêncio foi feito em honra aos que morreram tentando atravessar o muro. O brasileiro Luiz Alberto, que viu a barreira de concreto de perto quando era criança, em uma viagem à capital alemã, estava fascinado. “Eu vim aqui só pra acompanhar esse evento. É super emocionante, estou vendo a história acontecer”, disse ele.
Ao subir ao palco, Gorbachev, que é reconhecido pela sua importante contribuição para a abertura da ex-União Soviética, foi aclamado pela multidão, mas não discursou. No dia de intensas comemorações, Angela Merkel fez um único discurso durante um evento pela manhã, no Memorial do Muro de Berlim. Ela afirmou que o dia de comemoração da queda do Muro é também um dia para pensar nos que morreram com sede de liberdade. “A queda do Muro nos mostrou que é possível realizar sonhos e que nem tudo deve ficar como está. Esse pensamento, nós queremos dividir com nossos parceiros em todo o mundo”, conclui a chanceler. (Agência Brasil)