Considerada uma das profissionais mais competentes da área, Gleide Ângelo foi surpreendida com a remoção imposta pela SDS. Crédito: Hélia Scheppa
O anúncio da remoção da delegada Gleide Ângelo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para uma delegacia de Olinda está repercutindo bastante. Considerada uma das profissionais mais competentes e responsável por solucionar alguns dos casos de maior repercussão do Estado nos últimos cinco anos, a delegada foi surpreendida com a notícia. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, afirmou que deve acionar a Justiça para que impeça a transferência da delegada.
“A remoção não pode acontecer ao bel-prazer do secretário de Defesa Social. O servidor tem que concordar com a mudança. A delegada é dedicada, trabalha com zelo, afinco, não pode receber como prêmio uma remoção indesejada. Falta diálogo. Não se pode usar como justificativa a redução da remessa de inquéritos ou o aumento de homicídios. Há muitos fatores, como a crise que o país está vivendo, que acarretam isso”, afirmou Francisco Rodrigues. O departamento jurídico da Adeppe vai analisar a remoção para definir quando entrará com as medidas judiciais para impedir a remoção.
Não é a primeira vez que as transferências indesejadas vão parar no tribunal. Em maio deste ano, a Justiça determinou que o delegado Flávio Tau reassumisse o cargo de titular da Delegacia do Alto do Pascoal. Em março, a SDS havia determinado, por meio de portaria, que ele fosse transferido para outra unidade. O motivo seria as constantes reclamações de Tau em relação às condições precárias de trabalho e falta de efetivo policial suficiente. Na decisão do Tribunal de Justiça, os desembargadores afirmaram que os motivos alegados pela SDS para remover o delegado eram inadequadas e insuficientes. (Roda JC)