Com o governo já marcado pelas articulações políticas para 2018, Paulo Câmara, certamente, vai redobrar a sua atenção para que a disputa eleitoral não fique maior do que a sua gestão. No momento, as atenções convergem para a figura do senador dissidente Fernando Bezerra Coelho (PSB) que, embora com um pé no PMDB, ainda pode permanecer na base governista.
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), fiador político do Governo Paulo, e que vive um momento de impasse no seu partido, está com a tarefa de convencer FBC a, mesmo ingressando no PMDB, permanecer no palanque da Frente Popular. A embalagem que adorna essa proposta é a vaga da vice na chapa de Paulo em 2018 para Fernando Filho, ministro de Minas e Energia, com o direito a concorrer ao governo do estado em 2022 e em 2026, caso o instituto da reeleição seja mantido até lá.
Portanto, como já comentado pela coluna, o governador começa a usar o recurso das vagas na chapa de 2018 para acalmar seu rebanho. Só que na política o que mais existe é gato escaldado com acordos eleitorais desfeitos bem antes dos prazos previstos – um dos casos mais recentes envolve o hoje ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS).
Em 2010, quando o tucano Sérgio Guerra, com medo de perder a eleição, recusou-se a ser candidato ao Senado na chapa de Jarbas, foi feito o seguinte acordo: Jungmann abriria mão de disputar um mandato de deputado federal, concorreria ao Senado e derrotado, como era esperado, ficaria dois anos no sereno mas, em 2012, o PSDB bancaria sua candidatura à Prefeitura do Recife. Resultado, Jungmann não foi candidato a prefeito e, para não ficar sem tribuna, disputou um mandato de vereador do Recife. (De Marisa Gibson, na sua coluna DIARIO POLÍTICO deste domingo)