Após várias rodadas de reuniões com dirigentes petistas, a direção do PCdoB decidiu no fim da noite deste domingo retirar a candidatura da deputada federal Manuela D’Ávila à Presidência da República. A decisão permite ao partido coligar-se oficialmente com o PT na disputa presidencial, em chapa que a princípio é liderada por Lula e tem Fernando Haddad como vice.
Embora sua candidatura tenha sido encerrada, na prática, Manuela D’Ávila não ficará sem espaço na chapa petista. Isso porque de acordo com os termos do acordo celebrado neste domingo, nos próximos meses ela deverá indicada para o posto hoje ocupado por Haddad.
Condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, Lula deve ter sua candidatura ao Palácio do Planalto impugnada, com base na Lei da Ficha Limpa. Neste caso, a previsão é que Haddad assuma a cabeça da chapa e Manuela ocupe o lugar de vice.
Caso Lula consiga levar adiante a candidatura, Haddad está disposto a abrir mão do posto para dar espaço à aliada na chapa. De acordo com a legislação eleitoral, nomes da chapa presidencial podem ser alterados até 20 dias antes do pleito.
Nos próximos dias, Haddad e D’Ávila devem iniciar uma série de viagens pelo Brasil, para divulgar propostas de governo.
Ao lançar sua pré-candidatura à Presidência, na última quarta-feira, em Brasília, D’Ávila já dava sinais de que estava disposta a dialogar para tentar “unidade” entre as forças de esquerda.
— A unidade da esquerda deve ser defendida até o último dia que seja possível — disse na ocasião, em discurso aos militantes.
A deputada federal tem defendido Lula com regularidade. Em discurso, afirma que o ex-presidente está preso “porque lidera as pesquisas” e que “o maior líder do país está encarcerado injustamente”.
— Nossa campanha sempre se somou ao grito de Lula livre — disse Manuela. (Sergio Roxo – O Globo)