Por Blog de Jamildo – Fontes do Partido dos Trabalhadores contam que, na busca de ampliação dos palanques para o ex-presidente Lula, no segundo turno, além de São Paulo, maior colégio eleitoral, outros acordos regionais serão importantes na estratégia, no Sudeste e no Nordeste também.
No caso de São Paulo, o governador Rodrigo Garcia, derrotado no domingo, já se antecipou e informou que vai estar ao lado de Bolsonaro e Tarcísio Freitas. Ele contou, em live, que o partido deve adotar a neutralidade, de modo a acomodar os vários cenários pelo Brasil.
No caso de São Paulo, a avaliação era de que “a fissura poderia não ser fácil de remediar”, diante do clima do que foi a campanha no maior colégio eleitoral.
No Rio Grande, o PT poderia ajudar na vitória do tucano. Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) disputam 2º turno no RS. Onyx obteve 37,5% dos votos válidos e Leite, 26,81%. Edegar Pretto (PT) ficou em 3º com 26,77%. No governo Bolsonaro, Onyx foi ministro da Casa Civil, Cidadania, Secretaria-Geral da Presidência e do Trabalho e Previdência.
No caso de Pernambuco, existe a possibilidade de neutralidade, de modo a não atrapalhar a campanha de Raquel Lyra e Marília Arraes, do Solidariedade. Marília organizou um palanque duplo, em Pernambuco, dividindo os votos de Lula e acabou derrotando o candidato do PSB, Danilo Cabral, para quem Lula pediu votos no guia eleitoral.
Neste caso de Raquel Lyra, pode despontar como uma das pontes o tucano Armando Monteiro Neto, que é amigo pessoal de Lula e foi ex-ministro de Dilma até o fim do governo.
No caso da Paraíba, a situação é semelhante ao Rio Grande, por conta do cenário das eleições deste ano.
O atual governador, João Azevedo, do PSB, busca a reeleição e chegou em primeiro lugar na disputa, tendo sido acompanhado pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB, que ficou em segundo. No caso local, Veneziano Vital do Rego, do MDB, era apoiado por Lula, pode vir a ajudar na definição.
João Azevêdo teve 863.174 votos (39,65% do total), e Pedro Cunha Lima, 520.155 (23,90%). Veneziano acabou em quarto, mas com 17,16% dos votos válidos.
Lula pode usar divisão do PT e PSB na Paraíba
Apesar de ser do PSB, João Azevêdo não contou com o apoio do ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, no 1º turno, esteve ao lado do senador Veneziano do Rêgo (MDB). No entanto, o candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), chegou a visitar a Paraíba para deixar claro seu apoio à reeleição do atual governador.
Agora no 2º turno, João Azevêdo espera ou esperava contar com o apoio do PT e de Lula.
De acordo com uma reportagem recente do UOL, a divisão entre petistas e o PSB na Paraíba ocorreu por causa de um racha causado no grupo político do ex-governador Ricardo Coutinho (PT).
Foi Lula quem conseguiu costurar um acordo para que o PT apoiasse o MDB no estado. Por isso, a Paraíba foi um dos poucos lugares onde Lula e Alckmin estiveram em palanques diferentes no 1º turno.
Apesar de não ter contado com o apoio de Lula, João Azevêdo se declarou apoiador do ex-presidente e disse, durante a campanha, que mantém uma boa relação com o político.
Já o deputado federal Pedro Cunha Lima fez, no 1º turno, uma campanha de oposição do atual governo do estado com o slogan “Pra tirar João, chama Pedro”.
Apesar de ter flertado com Ciro e até com Bolsonaro, Pedro seguiu a orientação de seu partido e apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Planalto.