As ações preferenciais da fabricante de armamento Taurus subiam mais de 5% após a assinatura do decreto de flexibilização da posse de armas no país pelo presidente Jair Bolsonaro. O decreto era uma das promessas de campanha do eleito.
Por volta das 12h33, os papéis se valorizavam 5,18%, a 8,73 reais. As ações ordinárias, que têm menos liquidez, subiam 4,49%, a 9,30 reais.
Até a véspera, as ações da companhia eram as que mais se valorizaram no ano na bolsa brasileira, segundo levantamento feito por Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da consultoria Economatica. As preferenciais contabilizavam em 2019 um ganho de 104,94% e as ordinárias 85,8%.
Em 2018, as preferenciais saltaram 88,37% e as ordinárias dispararam 146,91%, em grande parte apoiadas em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras para concessão de posse de armas.
A companhia também divulgou na semana passada que seu conselho de administração aprovou acordo preliminar com autoridades norte-americanas para encerrar processo nos Estados Unidos relacionado a seus produtos.
A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida 623,5 milhões de reais, mas prejuízo consolidado de 44,6 milhões de reais.
As vendas líquidas de armas nos 9 primeiros meses do ano passado totalizaram 613,6 milhões de reais, alta de 17,4% em relação ao mesmo período de 2017, com as vendas nos mercados interno e externo registrando aumentos de 73 e 10,4%, respectivamente, segundo o balanço da empresa.
Decreto
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o decreto altera os critérios para a chamada “efetiva necessidade” da aquisição da arma e manutenção desta em casa. Hoje, o interessado apresenta suas alegações e cabe à Polícia Federal, de forma subjetiva, considerá-las válidas ou não.
A partir de agora, serão adotados critérios objetivos. Todos que viverem na área rural ou em cidades localizadas em estados com mais de dez homicídios a cada 100.000 habitantes terão direito a adquirir armas e munições.
Segundo o presidente, a decisão se justifica para atender ao referendo de 2005, quando foi rejeitada a proibição do comércio de armas de fogo. O texto não altera as regras relativas ao porte de armas, a autorização para se deslocar com o artefato. (Veja)