As excelências do Supremo Tribunal Federal adoram lagosta e caviar, enquanto o povão, diante do agravamento da crise e da alta do desemprego, não pode comer todos os dias sequer o seu feijão com arroz. Morri de vergonha quando li que o STF abriu licitação com gasto estimado em R$ 1,134 milhão para “prestação de serviços de fornecimento de refeições institucionais”. O fornecedor que vencer o pregão eletrônico será responsável pelas refeições, de acordo com as necessidades da corte.
No menu exigido pelo STF estão produtos como camarão ao vapor, medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada e bacalhau à Gomes de Sá. O edital diz ainda que moqueca (capixaba, baiana) e arroz de pato sejam colocados à mesa. Outras exigências são: salada Waldorf com camarões, pato assado, carré de cordeiro e medalhões de filé.
No cardápio de espumantes, é necessário que ele seja produzido pelo “método champenoise e que tenha ganhado ao menos 4 (quatro) premiações internacionais”. Se o vinho for tinto fino seco, precisará ser Tannat ou assemblage, com safra igual ou posterior a 2010 e que também tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais.
Se for o tinto fino seco de uva tipo Cabernet Sauvignon, a safra deve ser igual ou posterior a 2010. Ele “deve ter sido maturado em barril de carvalho, de primeiro ou segundo uso, por período mínimo de 12 (doze) meses”. Se o vinho for branco fino seco, a uva precisa ser tipo Sauvignon Blane, a safra deve ser de 2015 e a “colheita das uvas para fabricação do vinho deve ter sido feita manualmente”.
Outras bebidas exigidas são: ” caipirinha, feita de limão e cachaça de alta qualidade; destilados, como uísques de malte, de grão ou sua mistura, envelhecidos por 12 (doze), 15 (quinze) ou 18 (dezoito) anos, cachaças envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos, gim, vodca, conhaque envelhecido por no mínimo 2 (dois) anos; vinhos de sobremesa; aperitivos, incluindo coquetéis de bebidas; bebidas digestivas e licores finos”.
Esses fanfarrões zombam de nossas caras. Se já não bastassem as decisões questionáveis que tomam, sendo suspeitos de venderem sentenças, cometem o acinte de terem mordomias usando o dinheiro alheio, meu, seu, nosso. O STF é uma verdadeira caixa preta, certamente a corte que mais fede em Brasília. Ninguém consegue desvendar o mistério da toga. Nem a imprensa! O Congresso deu uma nova demonstração de medo no enfrentamento ao arquivar pedido de CPI no Senado. Triste País que tem um Congresso tão submisso e um Judiciário tão corrupto. (Magno Martins)