Desde o dia primeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, alguns parlamentares já identificaram, ali, sinais de alinhamento entre o chefe do Planalto e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia. Durante o discurso de Bolsonaro, deputados anotaram que ele referiu-se a Maia como “meu caro amigo e companheiro”. Avaliaram o trato como um afago. Na sequência, o PSL anunciou apoio à candidatura de Maia e, em seguida, a liderança do PRB divulgou nota, informando que o deputado João Campos (GO) estava retirando sua candidatura à Presidência da Casa. Os movimentos representaram avanços no sentido da consolidação de Rodrigo e de externar ao mercado que que a Câmara terá um mandatário comprometido com as reformas do governo. “Caso Rodrigo ganhasse sem apoio de Bolsonaro, não faria o que Eduardo Cunha fez com Dilma (Rousseff), porque Bolsonaro não é Dilma e ele não é Eduardo. Mas, agora que o PSL está com ele, a contrapartida é correta”, observa um deputado federal.
Em outras palavras, o presidente da Câmara ter compromisso com as reformas que interessam ao governo é um componente de peso e equivale à redução do risco de o governo ir para disputa e ser derrotado. Um insucesso no primeiro embate não seria estratégico e poderia minar as apostas na aprovação das reformas que o governo vem defendendo. Com o jogo em andamento, o apoio a Rodrigo se dá no sentido de conferir tranquilidade para colocar em prática o que foi prometido. Nas palavras já empregadas pelo presidente do PSL, Luciano Bivar, a arrumação vai dar, ao Planalto, “uma governabilidade extremamente confortável para viabilizar as reformas que a sociedade exige”. (Renata
Bezerra de Melo)