Após a declaração do deputado federal Raul Henry de que não descarta concorrer à Prefeitura do Recife em 2020, registrada pela coluna ontem, um governista, nas coxias, fez a seguinte observação: “O MDB ficou como uma espécie de barriga de aluguel no governo, empresta o útero para o filho dos outros”. Em outras palavras, os nomes que ocupam espaços ditos como da cota do partido na gestão Paulo Câmara, hoje, seriam, mais uma imposição feita à sigla do que uma indicação natural. O MDB, que já teve Henry à frente da Secretaria de Desenvolvimento e comandou ainda a AD Diper e o Porto de Suape, acabou tendo seu espaço reduzido ainda em meio ao momento em que o senador Fernando Bezerra brigava na Justiça pelo comando da legenda.
A despeito do risco de irem à disputa eleitoral pendurados em uma liminar, Henry e Jarbas Vasconcelos optaram, na ocasião, seguir brigando para manterem o comando do MDB e o partido na base de Paulo Câmara. De lá para cá, as relações terminaram pacificadas com o senador, mas o partido desidratou na administração estadual. A redução de tamanho é anotada pelos próprios socialistas. Agora, há quem já fale em nova reforma administrativa à vista, como forma de acomodar nomes como o do deputado Felipe Carreras e isso poderia respingar novamente no MDB, segundo alguns aliados do governo já vaticinam. (Renata Bezerra)