A máfia internacional do ingresso lucraria cerca de 200 milhões de reais na Copa do Mundo 2014…

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A venda de ingressos ligados a uma quadrilha internacional que agia no Brasil envolveu partidas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. As investigações não determinaram a quantidade por estádio nem especificaram em que jogos programados para o Mineirão houve uso desses bilhetes. Na noite de terça-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve nove pessoas no Rio de Janeiro, onde fez apreensão de 130 entradas, e duas em São Paulo. Há mais sete que podem ser presas.

Os presos são suspeitos de agir nas quatro últimas edições da Copa do Mundo. Segundo as apurações, os acusados conseguiam ingressos com a própria Fifa e com algumas delegações. Membros de três seleções estariam envolvidos. Muitos dos bilhetes eram de patrocinadores e outros destinados a ONGs.

Apontado como líder, o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, foi detido na manhã de terça-feira num apartamento de três quartos que alugou num condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Ele vive em Dubai e tem escritório na Suíça. Lotes de tíquetes, conforme os investigadores, eram vendidos entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.

A estimativa era de que o grupo movimentaria em torno de R$ 200 milhões a cada torneio. Fofana circulava num carro com adesivo da Fifa e tinha acesso aos eventos oficiais da competição. A entidade ainda não se pronunciou sobre esta possível conexão. “Não temos novidades, não podemos falar nada, pois precisamos ver os ingressos. Podem ser falsos. Precisamos checar no aparelho de validação e só a Fifa pode testar a veracidade desses ingressos apreendidos”, declarou Delia Fischer, porta-voz.

Só no jogo entre Brasil e Camarões, em Brasília, esses cambistas teriam lucrado R$ 500 mil com a venda de 22 ingressos, indicou o delegado Fábio Barucke. “Tenho elementos suficientes para entender que ele estaria associado a algum membro da Fifa”, completou. Para a final da Copa, em 13 de julho, no Maracanã, a quadrilha projetava obter R$ 35 mil com a venda de uma só entrada.

ESCUTAS As investigações policiais começaram há três meses e se basearam principalmente em escutas telefônicas. Figuras cujas conversas foram gravadas com Fofana, como Roberto Assis Moreira, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, além do ex-jogador e ex-técnico da Seleção Dunga serão convocados para depor. De acordo com a polícia, há imagens de diversas personalidades, entre elas o ex-jogador e deputado federal Romário, com os cambistas presos.

O diálogo com Assis durou cinco minutos e ocorreu em 17 de junho. Ele queria saber se Fofana havia recebido ligação de um grupo de amigos dele, que queriam ingressos para ir aos jogos. Nesse diálogo, Lamine convidou o empresário a participar de uma festa que daria numa cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, onde assistiriam ao jogo entre França e Equador, revelando que teria gasto R$ 9 mil só em uísque. Procurado, Assis não retornou o contato da reportagem.

O GRAMPO EM ASSIS 

Assis: Meus amigos te ligaram. Você não tinha mais ingressos?

Fofana: Dois amigos seus me ligaram e tivemos um pequeno problema. Ele me ligou e 15 dias depois achou que o ingresso era o mesmo. E eu não sou cambista.

Assis: (risos). Claro! Ele me perguntou e eu disse: ‘Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua maneira… Fala com ele porque eu também não sou cambista. (risos).

Fofana: Eu tenho VIP. Tenho muitos VIPs. Não tenho categoria 3 (…) Onde você está, no Rio?

Esquema gigante

R$ 200 milhões

o grupo movimentaria a cada Mundial

11

cambistas presos

130

ingressos apreendidos

10

teriam sido conseguidos junto à CBF

 

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Via Bom Jardim Notícias