A linda carta da filha que conheceu o pai aos 50 anos…

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O livro Histórias de Repórter, que o jornalista Magno Martins lançará em breve, conta a história da filha do ex-senador Ney Maranhão, morto em abril do ano passado, com a vedete Anilza Leoni. Ele próprio teria revelado ao jornalista, um ano antes de fazer a última viagem, que a conheceu quando ela já estava com 50 anos. Isso aconteceu porque a mãe, uma das atrizes mais belas e cobiçadas no palco da arte e boêmia carioca dos anos 50 e 60, escondeu a paternidade por muitos anos.

Uma cópia da carta caiu nas mãos de Magno Martins pelas mãos do marketeiro e publicitário Marcelo Teixeira. “A carta é comovente, feita a mão, com uma caligrafia invejável, cheia de ternura e amor, simbolizados com uma foto dela, ainda bebê, e flores, muitas flores, nas duas páginas”, disse o blogueiro.

Angélica conta na carta que passou a vida inteira pressionando a mãe para saber quem era seu pai. Só aos 15 anos, Anilza Leoni abriu o coração e contou a paixão avassaladora que teve com o ex-senador, da qual ela, a filha, ficou em vida simbolizando este amor. A carta começa com uma saudação em que Angélica não o trata como pai, mas como Sr. Ney Maranhão.

Continua…

Abaixo a sua transcrição:

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Sr. Ney Maranhão, meu nome é Angélica, sou filha da Anilza Leoni e por mais de 35 anos tenho vontade de conhecê-lo. Quanto eu tinha 15 anos, minha mãe foi “pressionada” por mim a me falar do senhor. Claro que, a princípio, eu fiquei muito confusa, mas depois eu queria de qualquer forma poder conhecê-lo, porém a oportunidade nunca apareceu.

Aos 22 anos, fui morar e trabalhar em Miami e, obviamente, com a distância tudo ficou mais difícil ainda, mas nunca, nunca mesmo, perdi a esperança. Hoje, estou com 50 anos, continuo morando em Miami, tenho uma linda filha chamada Vanessa, de 24 anos. Trabalho para uma empresa multinacional que me fez viajar pelo mundo. Viajo muito, sou muito feliz na minha vida pessoal e profissional.

E agora a oportunidade de poder conhecê-lo, finalmente, aconteceu. Tenho uma viagem marcada para Recife em fevereiro, após o Carnaval, quando gostaria de aproveitar para vê-lo. Através da minha prima, que trabalha com Marcelo Teixeira, faço chegar esta carta para pedir uma chance de nos conhecer.

Fique tranquilo, não quero causar nenhum problema com a sua família, pois o que eu quero realmente é poder lhe conhecer e abraçá-lo. Estou enviando o meu cartão com o número do meu celular e a minha direção eletrônica. Eu ficaria muito feliz se o Sr. Também quisesse me conhecer.

Perdoe-me se peço uma resposta positiva ou negativa ao meu pedido, mas é que estou extremamente ansiosa no aguardo da sua decisão. Afinal, para mim são 50 anos.

Meus parabéns atrasados pelos seus 80 anos realizados em 10 de dezembro.

Carinhosamente,

Angélica

Esta amorosa e emocionante carta foi entregue a Ney Maranhão por Marcelo Teixeira. Ney chorou copiosamente, contou a sua mulher e para não provocar um trauma do segredo que guardou também por 50 anos, amenizou informando que pediria o DNA. Lúcia Maranhão, que Ney a tratava de Lucinha, reagiu como mãe e filha: “Não peça DNA. Quem faz uma carta linda como esta não mente. Vá ao encontro da sua filha”.

“O encontro ocorreu e, na mesma cópia da carta, Marcelo me mandou imagens de Angélica com o pai. Não estão muito nítidas, mas as reproduzi, assim como um dos trechos do fac-símile da carta”, finalizou Magno.

Fonte: Blog do Magno