Escolhido por Eduardo Campos para o cargo de procurador geral do Estado em 2007, Tadeu Alencar construiu uma trajetória dentro do governo que foi alçado à condição de secretário da Casa Civil entre 2011 e 2014, ano em que chegou a ter seu nome lembrado para disputar o governo de Pernambuco, mas acabou perdendo a indicação para Paulo Câmara, que fora secretário de Administração, Turismo e Fazenda nos governos de Eduardo.
Tadeu teve que se contentar com um mandato de deputado federal em 2014, e desde então nunca foi considerado um integrante do alto escalão socialista em Pernambuco. O parlamentar foi escanteado pelo Palácio do Campo das Princesas, e viu sua votação reduzir abruptamente em 2018, sendo o último deputado federal eleito pela Frente Popular.
Não é de hoje que Tadeu tem sinalizado insatisfação com a alta cúpula do PSB de Pernambuco, cujo ápice se deu na definição do fechamento de questão do partido na votação da reforma da Previdência. Parlamentares do partido apostavam que Tadeu teria o mínimo de prestígio para convencer a cúpula socialista de não fechar questão, uma vez que ele próprio sabia que o partido teria mais de 1/3 da bancada como dissidente.
O desfecho foi o pior possível, porque seguindo a orientação do comando nacional, Tadeu ficou em maus lençóis com a bancada que lidera na Câmara dos Deputados, e muitos atribuem a postura do parlamentar ao fato de ele não estar mais ligando se o partido vai manter ou reduzir sua bancada. Há quem aposte que ele sequer será candidato em 2022, pois ficou frustrado com o tratamento dispensado pelo partido em Pernambuco, que todos sabem que é a seccional mais forte do PSB, e quem dá as cartas no diretório nacional.
Parlamentares de outros partidos e de outros estados avaliam que Tadeu Alencar está muito insatisfeito com o seu partido, e exerce a função de líder sem ter a menor vontade de ocupar, porque viu seu prestígio com Eduardo Campos ser reduzido a pó durante os dois governos Paulo Câmara em Pernambuco. (Edmar Lyra)