A importância da fisioterapia respiratória depois da Covid-19

Por: Marina Costa/Diário de Pernambuco – Após mais de dois anos de identificação do primeiro caso da Covid-19, o Brasil está convivendo com a infecção com a vacinação da população e com a queda no número de casos. Porém, para os pacientes que sofreram com a doença de forma grave, os problemas não acabam quando o vírus some do organismo e o tratamento não é finalizado ao receber alta hospitalar. Muitos apresentam sequelas neurológicas e cognitivas, fraqueza muscular e problemas respiratórios, já que o pulmão é o órgão mais comprometido pela Sars-CoV-2. Por isso, a fisioterapia respiratória é essencial para a recuperação do indivíduo durante e depois da Covid, e é indicada desde o momento da admissão dos pacientes na emergência, pois o manejo ventilatório inicial pode inibir a progressão de uma lesão pulmonar.
Segundo o Coordenador de Fisioterapia do Hospital Jayme da Fonte, Diogo Duarte, durante a primeira e segunda onda da Covid-19, com a falta da vacina, os pacientes tendiam a desenvolver a forma mais grave da infecção: um quadro de insuficiência respiratória aguda do tipo 1, com prejuízos na oxigenação tecidual onde pulmão apresenta a sua expansibilidade preservada, porém, com dificuldades de se manter em um estado eficiente de trocas gasosas. “Na maioria dos casos, é responsável pela intubação e exposição à assistência ventilatória mecânica invasiva. Consequentemente, expõe o paciente a uma cascata de eventos nocivos, que favorecem a perda de força muscular, gerando um impacto importante na funcionalidade na Unidade de Terapia Intensiva”, explica. 
A intervenção do fisioterapeuta é fundamental à beira do leito do paciente desde a sua entrada na unidade hospitalar, pois a maior janela de lesão neuromuscular e metabólica acontece na primeira semana de internamento na UTI. O objetivo é gerenciar e impedir a progressão dos danos pulmonares e motores, minimizando ao máximo os impactos futuros e sequelas cinético-funcionais através de recursos diagnósticos e terapêuticos. Durante o atendimento inicial, é realizado uma avaliação criteriosa e sistemática, onde são identificados os principais achados do status clínico-funcional do paciente. Dessa forma, são estabelecidas metas e um plano terapêutico individualizado é traçado com o intuito de restabelecer os volumes e capacidades pulmonares, assim como a integridade muscular respiratória e motora/periférica.
Na desospitalização, os três primeiros meses são de extrema importância para o paciente, principalmente por causa do risco de reinternação hospitalar mediante a deterioração clínica progressiva. Estão presentes na avaliação inicial: prova de função pulmonar, composição corporal e qualidade muscular, força muscular respiratória e periférica, testes funcionais, testes de esforço cardiopulmonar, entre outros. “O maior objetivo da fisioterapia é reinserir o indivíduo pós-covid ao seu convívio social com o menor grau de sequela física e cognitiva. Os relatos são de uma melhora quase imediata na diminuição da percepção de esforço nas atividades no dia a dia e os resultados são visíveis durante o primeiro mês do programa de reabilitação”, finalizou o especialista. 
É fundamental que o programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica seja conduzido por profissional capacitados e com experiência, em um ambiente seguro, assim como o Hospital Jayme da Fonte, que direciona os pacientes após a alta hospitalar para o Pulmocardio Fisioterapia. A instituição oferece uma estrutura moderna para a realização de consultas, com um centro de diagnóstico sofisticado, setor de fisioterapia, UTI totalmente equipada, médicos plantonistas e apresenta uma baixa taxa de infecção hospitalar.