A prefeitura do Recife tem um grande peso na equação política estadual, além de historicamente ser a única que projetou políticos para alcançar o cargo de governador, vide Jarbas Vasconcelos e Joaquim Francisco, ela pode fortalecer ou inviabilizar um grupo político.
Na eleição de 2000 por exemplo, a derrota de Roberto Magalhães para João Paulo trincou a União por Pernambuco e tirou de Roberto a condição de ser o sucessor de Jarbas Vasconcelos nas eleições de 2006. Em 2012 ao perder a prefeitura do Recife, o PT nunca mais se encontrou no estado.
A eleição de 2020 terá efeito importante para a conjuntura política de 2022. Atual prefeito do Recife, Geraldo Julio tentará fazer o sucessor, se lograr êxito será favoritíssimo a suceder Paulo Câmara, enquanto no cenário de o candidato do PSB ser derrotado, Geraldo chegará menos fortalecido em 2022, correndo o risco de até ter que reavaliar a hipótese de tentar o Palácio do Campo das Princesas.
No caso de vitória de um opositor, é pouco provável que o nome eleito no Recife já considere a hipótese de ser candidato a governador em 2022, até porque financeira e administrativamente falando, a prefeitura do Recife é muito mais fácil de gerir do que o governo de Pernambuco, mas assim como Geraldo tem forte capital político e foi fundamental para as vitórias de Paulo Câmara em 2014 e 2018, o prefeito do Recife chegará com grande peso na eleição de 2022 sendo um importante cabo eleitoral.
Portanto, essa eleição de prefeito do Recife encaminhará a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas a depender de quem seja o vencedor e por isso tem que ser tratada com muita seriedade e preocupação tanto pela Frente Popular quanto pela oposição, cujo resultado poderá ser fatal para um dos dois grupos políticos que existem em Pernambuco. (Edmar Lyra)