VEJA – Sergio Praça
O ministro da Justiça Alexandre de Moraes (PSDB) foi indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para uma das onze vagas no Supremo Tribunal Federal. É uma opção arriscada do presidente. Moraes está fazendo um péssimo trabalho como ministro. A crise nos presídios não seria resolvida repentinamente, mas sua liderança e suas ideias estão aquém do razoável, como já afirmei em outro texto. Diante disso, a indicação de Moraes é surpreendente. Trata-se de tentar colocar uma figura polêmica em um dos cargos mais importantes do país. Temer está tratando o STF como ministério.
Cabe aos onze juízes do STF analisar a constitucionalidade das leis aprovadas pelo Congresso Nacional e pelo presidente. Funciona como último recurso de partidos políticos (bem como das mesas diretoras da Câmara e do Senado), Ministério Público Federal, Ordem de Advogados do Brasil, sindicatos, governadores e Assembleias Legislativas para brecar uma decisão com a qual discordam. São esses os atores políticos que podem propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN). De acordo com ótimo estudo de Matthew Taylor, a OAB e o Ministério Público são os atores políticos que mais usam este instrumento de modo eficaz.
Continua…