A eleição para a presidência da Câmara Federal…

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O próximo presidente da Câmara dos Deputados, que será eleito no dia 2 de fevereiro, deverá ter pela frente um dos mandatos mais conturbados e importantes da história brasileira. No momento em que o país começa a saber os nomes de políticos acusados de receberem dinheiro do propinoduto que assaltou a Petrobras, três deputados reeleitos já estão em intensa articulação para ocupar a cadeira: Arlindo Chinaglia (PT-SP), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG).

Pelas mãos do futuro presidente da Câmara passarão decisões importantes para as investigações do petrolão e a punição de deputados que andaram fora da linha como a abertura de processos de cassação de mandatos e uma nova CPIs (comissões parlamentares de inquéritos). O cargo também é decisivo na distribuição de relatorias de projetos importantes para o governo.

Com a memória do mensalão ainda viva, o Palácio do Planalto tem especial interesse – e preocupação – com o futuro comandante da Câmara já que personagens influentes do PT aparecem no rol dos beneficiários do megaesquema de corrupção: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o senador Lindbergh Farias (RJ), o ex-ministro da Casa Civil nos governos de Lula e Dilma Rousseff Antônio Palocci e o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Após um impasse entre os possíveis candidatos, o ex-presidente Lula escolheu Arlindo Chinaglia, que comandou a Casa de 2007 a 2009, e tem a confiança do partido para entrar na disputa. O petista foi duas vezes líder do governo, foi líder do PT e atualmente comanda a vice-presidência da Câmara. Conhecido pelo perfil negociador, o deputado mantém bom relacionamento inclusive com congressistas de oposição. Até o momento, Chinaglia tem o apoio de apenas duas legendas, além do PT: do Pros e do PCdoB, o que, embora não signifique transferência automática de votos, lhe dá a margem de largada de 91 votos. Na última disputa, também contra dois adversários, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi eleito com 271 votos.

Marcela Mattos, VEJA, de Brasília