Blog Mário Flávio – O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), fez duras acusações contra o governo do estado durante discurso na tribuna, nesta quarta-feira (20). Segundo o parlamentar, uma investigação conduzida pela Superintendência de Inteligência Legislativa (Suint) aponta que o assessor especial de gabinete Manoel Pires Medeiros Neto seria o responsável pela chamada “milícia digital” que estaria promovendo ataques contra deputados e instituições.
De acordo com Porto, a rede de difamação estaria sendo financiada com recursos públicos e teria como alvos a própria Alepe, além do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e parlamentares.
“Estou aqui para expressar toda nossa indignação e o mais veemente repúdio desta Casa diante da criação desta rede paga com dinheiro público para difamar, desonrar e caluniar deputados, Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça e outros segmentos da sociedade”, afirmou.
O presidente da Alepe ainda destacou que, ao contrário do que se pensava, a Casa Civil não seria a cabeça do esquema, mas apenas um braço. Segundo ele, a articulação central estaria instalada dentro do gabinete da governadora Raquel Lyra.
“A milícia digital palaciana vem sendo operada pelo assessor do Gabinete Manoel Pires Medeiros Neto. Acabamos de confirmar que ele é o autor da denúncia anônima encaminhada ao TCE e à imprensa contra a deputada Dani Portela”, disse Porto.
A denúncia mencionada pelo presidente se refere ao caso envolvendo a deputada Dani Portela (PSOL), acusada anonimamente de manter familiares em cargos no gabinete. A informação circulou antes de a parlamentar protocolar um pedido de CPI da Publicidade.
Porto afirmou que a Suint obteve provas da atuação de Medeiros, incluindo imagens que o mostram utilizando uma lanhouse no Shopping RioMar, no último dia 9, para preparar o material que teria sido enviado em um pendrive.
“As investigações revelaram que Manoel não é só o mentor intelectual, mas também executor de ações milicianas. O tal gabinete do ódio parece ser, para nossa surpresa, exatamente o gabinete da governadora”, declarou.
O presidente da Alepe ressaltou a gravidade da denúncia diante da proximidade de Medeiros com a governadora e sua vice, Priscila Krause.
“Se a governadora e a sua vice vêm se valendo de um servidor público para tentar coagir ou constranger uma deputada estadual no cumprimento da sua função fiscalizadora, trata-se de situação absurda e alarmante”, concluiu.