Poemas a Bom Jardim-PE, por Dhodó Félix

Flor nos paus-d’arco. Está perto o Natal.

A natureza de ouro está vestida.

O deslumbrante jardim natural,

o velho cura a passear convida.

Depois da prece na sagrada ermida,

um dia, sai num giro habitual,

e logo exclama de alma embevecida:

“Oh sítio lindo, não existe igual!”

A passarada e as cigarras em festa.

Mil borboletas, o rio, a floresta,

onde o pau-d’arco exibe a copa loura.

O cura, simplesmente para, enfim…

E diz então a frase imorredoura:

“Que bom Jardim, sim, isto, é um BOM JARDIM!”

Agosto de 1971.

BOM JARDIM DOS PAUS-D’ARCO

(Dhodó Félix)

Já florescem nas serras e baixadas

os ipês amarelos ou paus-d’arco…

Transformam em jardim até um charco

e atapetam de flores as estradas.

São essas árvores cor de ouro um marco

a esplender como um sol pelas quebradas.

Ao sentir as retinas deslumbradas,

de belezas então todo me encharco!

Tenho o sangue talvez amarelado

como a flor do pau-d’arco que fascina

e embeleza e perfuma o verde prado!

Ante um ipê florido na campina,

quem, afinal, não fica extasiado

com a visão que a vista descortina?…

Bom Jardim, 3-02-2012.

PAU-D’ARCULITE

(Dhodó Félix)

Amo os paus-d’arco quando estão florindo

pelos caminhos do meu Bom Jardim!

É um festival de beleza sem fim,

terra, aliás, de encantamento infindo.

A natureza aqui vive sorrindo,

poucos lugares têm beleza assim.

Para louvar-te estarei sempre a fim,

meu panorama esplendoroso e lindo!…

Desculpem minha falta de modéstia,

mas isto em mim virou talvez moléstia,

dela ninguém jamais vai me curar.

Afinal, sofro de pau-d’arculite,

doença que nenhum médico admite.

Quem sabe, um dia seja popular?