A tese ganha eco entre aliados. Nos bastidores, o nome do governador Paulo Câmara começou a ser apontado como uma possível solução para um tipo de cenário: aquele marcado por ausência de consenso entre as alternativas, hoje, ventiladas na Frente Popular para concorrerem ao Senado. Leia-se: a escolha de Silvio Costa Filho, do Republicanos, pode desagradar André de Paula, dirigente do PSD em Pernambuco e vice-versa, além de que o páreo conta ainda com Eduardo da Fonte, presidente do PP-PE. Resultado: para evitar ruídos, o nome do chefe do Executivo estadual poderia ser alçado à condição de postulante à Casa Alta. Essa já é uma das possibilidades em questão, mas não vinha sendo tratada com tanta ênfase, porque, em paralelo, circula a hipótese de Paulo ficar à frente do Governo de Pernambuco até o fim, projeção que se ancora mais fortemente na necessidade do PSB de manter o comando da sucessão.
Há preocupação latente pelo fato de a vice-governadora, Luciana Santos, embora aliada de primeira hora e com um perfil de extrema lealdade aos socialistas, ser do PCdoB. No meio dessa equação, no entanto, o Congresso Nacional aprovou a federação partidária. Nas coxias, socialistas advertem que, valendo esse mecanismo em 2022, ainda que Paulo precise deixar o cargo seis meses antes da eleição, o partido seguiria tendo o comando da sucessão, mesmo com Luciana na cadeira. A legenda de maior tamanho, dizem, nesse caso o PSB, ditaria as regras do jogo. Ou seja: vigorando a federação, funcionaria como se Luciana fosse do PSB e isso daria tranquilidade ao partido para que Paulo possa se desincompatibilizar. O presidente Jair Bolsonaro pode vetar a federação, o Congresso pode, ou não, derrubar o veto. Até lá, Paulo não pode dizer nada diferente: tem afirmado que ficará no governo. Aliados, no entanto, apostam na chance de a disputa pelo Senado “cair no colo dele”.