O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou ontem (22) que “abriram a porteira fiscal”. Ele se referia às falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro Paulo Guedes, em coletiva convocada ás pressas na tarde de hoje numa tentativa de afastar os boatos de que o titular da Economia teria pedido demissão.
Guedes vem sofrendo pressão da base governista para aprovar projetos mais populares, em vista das eleições de 2022.
O ex-ministro Mandetta fez uma previsão do que “a boiada vai passar”. Ele citou: “inflação alta corroendo a sua renda até 2023; juro acima de 2 dígitos até 2022; dólar a R$ 6 no ano que vem e crescimento abaixo de 1% no ano que vem”.
“Estão cuidando da economia como cuidaram da saúde”, disse.
Bolsonaro e Guedes comentaram a greve dos tanqueiros, o novo Auxílio Brasil, a pandemia de Covid-19 e o “furo” no teto de gastos.
“Em nenhum momento, eu pedi demissão. E nem o presidente [Jair Bolsonaro] me pediu isso“, destacou. “O presidente confia em mim”, confirmou.
Durante sua fala, o ministro prometeu que o país voltará a crescer mais no ano que vem. “O Brasil é um país bem visto lá fora. As pessoas veem o que a gente está fazendo aqui. O Brasil vai crescer bem mais no ano que vem”, afirmou.
Segundo o ministro da Economia, furar o teto de gastos “não altera os fundamentos fiscais da economia brasileira”. Para Guedes, o teto é um símbolo. “O teto é um símbolo do compromisso com as próximas gerações, não vamos deixar milhões de pessoas passarem fome para tirar 10 em gestão fisca”, disse.